quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Miguel Graça Moura (o homem e a obra)

Em Janeiro de 1995, no Ateneu Comercial do Porto, que celebrava os 125 anos, toquei o Concerto para Piano, Flauta, Vozes Humanas e Instrumental Orff de Miguel Graça Moura. Ele estava presente. Eu estava nervosa. No final, fui cumprimentá-lo e o maestro autografou-me o programa " (...) com um grande abraço e todo o meu encorajamento".
Ficou-me uma grande admiração pelo homem que escreveu uma obra musical tão interessante.
Hoje, ele é notícia por razões que negam o que sempre vi nele. É acusado por crimes de peculato e falsificação de documentos.
O Tribunal dá -lhe um ano para começar a devolver 720 mil euros. Caso contrário, o que lhe é reservado é a prisão efectiva...
É difícil aceitar que um músico, um artista que escreve e faz música (Música, essa arte sublime que nos enche o coração e a alma) possa desiludir por falsificar (ou ser falso?).
Acreditava nele.
E o que pensar da sua música, agora?
A obra é separável do homem?
Sim. A obra foi escrita em 1977... o Miguel Graça Moura de hoje não creio que seja o mesmo que escreveu o Concerto...
Não quero acreditar.

(carta publicada no JN  a 1 de Fevereiro e no Expresso a 2 de Fevereiro)

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