quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

44 balas para calar Vítor Jara

 
Guardo, desde o dia 30 de dezembro passado, o recorte da notícia do PÚBLiCO referente à morte do cantor popular chileno Vítor Jara que morreu há cerca de 40 anos, no dia do meu aniversário. Evidentemente que não foi por isso que guardei a notícia. Mantenho-a comigo como um exemplo do que pode o homem fazer a outro ser humano, um ser humano que cometeu o único crime de cantar...contra o regime de Pinochet. Não foi há muito tempo. O que são 40 anos?
Jara foi torturado durante 4 dias e depois atirado para uma linha de caminho-de-ferro junto a um cemitério. A autópsia revelou múltiplas fracturas e escorições, e 44 orifícios de bala.
44 orifícios de bala.
Uma bala mata um homem.
Lembro-me do compatriota e amigo de Jara, o escritor Luis Sepúlveda, que conta em A Lâmpada de Aladino (2008), as atrocidades levadas a cabo por militares chilenos “a homens de talento” seus, durante a ditadura de Pinochet. Vale a pena reler: ” O Siete era um jornalista chileno, desenhador talentoso além de fotógrafo, a quem um militar chileno tentou decepar a mão direita. O militar, uma besta, odiava, como todos os militares, as mãos dos homens de talento. Por essa mesma razão, antes de assassinar Víctor Jara, outro lhe cortou as mãos, atirando-lhe depois uma guitarra para que tocasse."
Foram precisas 44 balas para calar de vez Vítor Jara.
 
 

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