Não sou crente mas, num tempo em que a civilização judaico-cristã
está em risco de perecer na voragem hedonista de quem só quer desfrutar o
momento presente, o papa Bento XVI soube ser a âncora que nos prende aos
valores intemporais da nossa civilização e uma das vozes mais lúcidas do nosso
tempo.
E a melhor prova disso é o quanto é odiado nos meios do
politicamente correcto que dominam hoje o mundo moderno e que moveram contra ele
uma das maiores campanhas a que alguma vez se assistiu de intoxicação e de
envenenamento da opinião pública contra uma pessoa.
Muito dificilmente a Igreja Católica voltará a ter um Papa
com a dimensão, o poder e a craveira intelectual deste, capaz de firmar e
defender as suas convicções inabaláveis mesmo no terreno movediço da
racionalidade e da pós-modernidade. Para mal dos nossos pecados e do mundo
ocidental.
Caro amigo, "mete-me sempre alguma impressão" ver inúmeros não crentes (agnósticos e ateus) defenderem a Igreja instituição em certos momentos "de aperto". É como se se dissessem " eu não acredito mas...". Eu sei que fala da "civilização" mas, antes da judaico-cristã houve outras e o caminho continua... Sei que simplifiquei mas por ora é isto.
ResponderEliminarCumprimentos afectuosos.
Fernando Cardoso Rodrigues
Fernando Cardoso Rodrigues
EliminarComigo não há "mas nem meio mas". Não sou crente, nem agnóstico, nem ateu. Sou apenas descrente em Deus e na natureza humana. Ou vice-versa.
No entanto, não posso deixar de reconhecer que vivo no melhor dos mundos, o que só é conseguido graças às suas instituições. E a Igreja Católica, por muitos defeitos que lhe reconheçamos, é a trave mestra do mundo ocidental.
E aquilo que constato é que os ocidentais, à medida que deixam de acreditar em Deus, passam a acreditar em tudo, tornando-se numas autênticas baratas tontas que correm em todas as direcções sem chegar a parte alguma.
Somos uma civilização rica, bem pensante, politicamente correcta, humanista mas estéril. Cada vez mais estéril. E civilizações estéreis acabam depressa. E apenas Bento XVI parece perceber isto.
Boa tarde
ResponderEliminarConsidero-me um agnóstico de raíz cultural cristã e sem nenhum complexo quanto a isso (só sabemos que somos verdes depois de ter vivido no meio de azuis).
Acho que a Igreja Católica tem um papel importante a desempenhar na nossa sociedade e por consequência na nossa vida. Lamentavelmente há os princípios e o sistema e a falta do sorriso.
http://glosa-crua.blogspot.pt/2013/02/o-principio-o-sistema-e-o-sorriso.html
A Igreja Católica tem um papel importante a desempenhar na nossa sociedade - concordo. Só tem de se dedicar àquilo que é realmente importante: combate ao racismo; ajuda a todos aqueles que, por qualquer motivo, se encontram sozinhos ou em dificuldades, seja de que natureza forem; preservação da Natureza e proteção dos animais, etc. A Igreja, se tiver visão, pode, de facto, preencher um grande vazio na nossa sociedade.
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