quinta-feira, 14 de março de 2013

Francisco I

Parecia que finalmente ‘buenos aires’ tinham chegado à mulher, o ser que carrega o mundo nas mãos e nas entranhas, com a chegada do concidadão argentino Jorge Bergoglio para suceder a Pedro que, na Terra, tem o condão de docemente apascentar o rebanho do Senhor, não olhando ao sexo das suas criaturas.
Mas, hoje, ao olhar o frontispício da capa de um matutino li que Sua Santidade Francisco I é contra o aborto, mesmo em caso de violação, e o casamento gay.
Pois, se Deus é o Criador de tudo que existe, se algo criou de errado, é Ele que deve arcar com tais erros, e não a pobre e milenar mulher, a qual, mesmo violentada e violada, terá de carregar a cruz até ao fim dos tempos.
Do mesmo modo, se a Santa Igreja não deve conferir o santo matrimónio do Casamento a dois seres do mesmo sexo, deve contudo dar-lhes a permissão necessária de viverem em comunhão com o seu Criador e com todos os homens de boa vontade.

José Amaral

2 comentários:

  1. Um texto com uma linha de pensamento encantadoramente sensível.
    Sobre Sua Santidade, tão só sinto vergonha alheia pela dupla face da figura que porta tão grandes palavras e atitudes de humildade. Que talante humano se pode esperar de quem condena a homossexualidade, mas não tem problema com dar a comunhão a um sórdido ditador daqueles....???
    De qualquer forma, parece que ninguém entra na Capela Sistina sem estar complicado com os túrbidos poderes que operam no Vaticano.
    Dá-me tristeza como a presença da Igreja condiciona o conjunto das sociedades, acarreando sofrimento para quem se expressa afetivo-sexualmente assim ou assado ou para a mulher violada que leva "a cruz até ao fim dos tempos", tal como escreve José Amaral.

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    1. Peço desculpa, chamo-me Alexandra (não adamastore, ha ha). Foi uma equivocação involuntária.

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