quarta-feira, 27 de março de 2013

Salários baixos, recessão agravada

A taxa de desemprego não pára de atingir recordes, de cada vez que o Instituto Nacional de Estatística divulga novos dados sobre este flagelo maior. Atingiu 17,6% em Janeiro último e chegará aos 18,2% ainda no corrente ano, fixando-se nos 19% no início de 2014. Alguma imprensa escreve que o desemprego real possa já estar nos 24%! Com este vasto exército de desempregados, sobeja oferta de mão-de-obra para aceitar qualquer salário... Numa recente e elucidativa declaração Belmiro de Azevedo, um dos homens mais ricos do mundo, disse « Se não for a mão-de-obra barata, não há emprego para ninguém»(!) É imoral defender salários ainda mais baixos. Compreende-se como conseguiu fortuna, à custa da mais-valia de mão-de-obra barata. “Esqueceu-se” que são os trabalhadores com ordenados baixos(íssimos), os que predominam no país e em grande parte contribuem para os lucros da sua cadeia de supermercados. 

Belmiro é o terceiro figurão mais rico de Portugal, defendendo o modelo de custo salarial asiático... Numa altura em que se devia discutir e implementar o aumento do salário mínimo nacional (compromisso assumido pelas Confederações patronais com os Sindicatos em 2011) para os 500 euros – um aumento de pouco mais de 50 cêntimos por dia – esta, seria uma medida que faria aumentar o poder de compra e a consequente melhoria da economia nacional. O aumento do ordenado mínimo é uma questão elementar de justiça. È uma exigência do combate à pobreza. Já não estamos no período medieval em que a base orgânica social se destinava a enriquecer os senhores Belmiros e quejandos... Salários ainda mais baixos é igual a recessão económica agravada.
Vítor Colaço Santos

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