sexta-feira, 29 de março de 2013

Sócrates


Tendo em conta que somos um povo avesso a ler e a pensar e, consequentemente, com um elevado grau de iliteracia (70% segundo números recentes), não me espanta rigorosamente nada haver um grande número de portugueses, com direito a voto, disposto a entregar todas as suas economias ao primeiro desconhecido que lá lhe apareça em casa intitulando-se funcionário da Segurança Social. Com efeito, a ignorância cultivada e a nossa inata ingenuidade levam-nos a cair facilmente no conto do vigário.

Agora o que já me espanta é haver um número muito significativo de portugueses que é capaz de voltar a cair na cantiga do bandido se o mesmo individuo lá for bater à sua porta com a mesma conversa. Neste caso, só mesmo a estupidez natural consegue explicar a reincidência. Mas, pelos vistos, ainda há muitos portugueses apostados em comprovar a tese de Einstein de que a estupidez humana é infinita.

Santana-Maia Leonardo
Jornal A Barca

2 comentários:

  1. Enquanto houver terreno fértil para a vigarice ela vai predominando, porque nas costas dos vígaros, que orgulhosamente assumem o papel, há uma multitude de gente que, com o rótulo de honestos, vive nas franjas. Os que convidaram Sócrates, para nos vir enjoar com as suas grandezas patrióticas, ainda são piores que ele, porque o adulam e isso ainda é mais confrangedor.É a miséria humana que existe para justificar a existência das palavras.

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