terça-feira, 9 de abril de 2013

A Falência da Europa

Numa empresa, numa sociedade digna, em que todos os sócios estão empenhados numa tarefa comum, não há falência parcial. Se o comportamento de uma parte não corresponde ao que seria regra e princípio, está em causa o todo, não apenas essa parte, que por natureza será indissociável. Quando a Europa Unida foi sonhada e só por sonho pode ser creditada, pois nações tão diferentes, com histórias, antigas ou recentes, completamente antagónicas, imaginar um paraíso de confraternização, um éden, só em pensamentos miríficos isso poderia germinar. Os países "federados" na União Europeia (27), quer os parceiros da moeda única, quer os que não estão nesse "conluio", têm outros objectivos para além da união de pátrias. Primeiramente estão os seus anseios legítimos, porque inevitavelmente, nesse campo, todos se servem da mesma "moeda", depois estará a salvação dos que não são da sua casa. Primeiro nós, depois os vizinhos. é um caminho lógico e corrente, que faz parte da nossa cultura e de todos os povos, porque é um lema de sobrevivência.
A mesma ânsia de poder, que, no Portugal de hoje, catapultou para os órgãos de decisão e governação certos indivíduos sem escrúpulos, e sem inteligência suficiente para perceber toda a complexidade das suas tarefas, e isto vai desde os mais altos responsáveis ao simples autarca paroquial, foi originando, paulatinamente, todo o drama que está em cena e no qual todos somos actores. É preciso atentar que grande parte do nosso descalabro reside na incapacidade desses ditos representantes do povo que, na verdade, só representam interesses partidários, pois não fazem leis apropriadas às reais situações, não fiscalizam o seu cumprimento e muitas das que aprovam ou elaboram ficam sempre com escolhos ou espaços de fuga, propícios a um enorme laxismo, conducente a um colossal "salve-se quem puder". Esta sementeira, que produziu e produz os seus frutos em Portugal, estende-se a muitos países do Sul europeu e não só.

A União Europeia, à qual muitos países estão amarrados, com a sua estrutura burocrática de serviços, é mais um encargo estrangulador para os Orçamentos dos países. Toda a plêiade de dirigentes dessa superestrutura governamental, que nada prevê e nem capacidade tem para correr atrás dos prejuízos, ´+e formada por muitos segundos planos de países de origem. Conhecemos o nosso caso de Durão Barroso e Vítor Constâncio que não foram famosos nos desempenhos de cargos similares em Portugal e de muitos deputados que ninguém conhece que em Estrasburgo nos representam.
Um pai que não socorre um filho e que diz governa-te, quando este está em aflição, é apenas um nome que consta no registo e perde a sua condição.
A União Europeia, se não tem garra para tomar as rédeas da solução dos problemas que nela germinam, não merece o epíteto de União e não passa de mais um conluio de burocratas que exploram os povos mais dóceis e indefesos, a partir duma estrutura que está orientada pelos interesses dos mais fortes. Os burocratas europeus estão tão fechados em si, são tão autistas, que nem ouvem os apelos do Papa Francisco que está tão perto.
                                                             JOAQUIM CARREIRA TAPADINHAS

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