segunda-feira, 22 de abril de 2013

Dois meninos, dois mundos






Foto: Manu Brabo
 Bárbara Reis, directora do Público escreveu ontem:
"Temos de um lado Martin Richard, o rapaz de Dorchester, EUA; do outro, uma criança síria sem nome. Manu Brabo não sentiu necessidade de perguntar o nome da criança e incluí-lo na legenda. Ou não quis incomodar o pai. Qualquer que seja caso, o fotógrafo sabe que no dia seguinte ou nessa mesma tarde verá outra criança síria morta. Há uma imagem, mas não há uma história. Esta criança anónima foi morta num ataque do exército sírio, numa guerra que tem dois anos e que já matou, segundo a ONU, 70 mil pessoas, metade das quais civis. (...)
Porém,"a fotografia do menino americano de oito anos foi publicada em todo o mundo e a sua história contada com pormenor. Primeiro com informações erradas que a tornavam particularmente comovente, depois corrigida.(...)"
Anónimos ou não, ambos têm uma história e, infelizmente, com algo que as une, não obstante terem vivido em lugares tão díspares como os EUA e a Sìria: são inocentes. E ambos nos lembram a nossa pequenez enquanto seres humanos, a nossa fragilidade e o facto de que, americanos ou não, somos irremediavelmente comuns mortais.
 

2 comentários:

  1. Há uma pequena frase, que teve muito em voga, mas que parece estar esquecida, que expressa que ´"só a verdade é revolucionária". A comunicação social, servida por interesses que vão para além desse conceito, muitas vezes, apresenta as notícias de forma apelativa, mesmo que de verdade tenham apenas o cerne, mas temperaram-na, de tal forma, que este se banaliza em proveito do romance. A nossa civilização vive de aparências e não verdades e é essa a cultura que é imposta e se expande. Tudo quanto nasce morre e essa é a sina de todas as sociedades. Depois há sempre um renascer ou um novo nascer.

    ResponderEliminar
  2. Absolutamente! É por essas e por outras que eu evito socorrer-me da TV para me informar. Tanta intoxicação e tanta manipulação. Aos Sírios, como a outros povos vítimas de massacres horrendos, é reservada a porta dos fundos. E cuidado com a cabeça que a ombreira é baixa...
    Repito caro Tapadinhas, inteiramente de acordo consigo. Mas quanto vale hoje a verdade, pergunto eu?

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.