quinta-feira, 4 de abril de 2013

Eu, marmiteira, com muita honra

Descobri um texto curioso de Henrique Pereira dos Santos no PÚBLICO de 27 de março que gostaria de salientar, partilhando com os leitores deste blogue os primeiros parágrafos: 
 "Eu, marmiteiro desde sempre me confesso. Não entendo o tom negativo com que se escreve sobre o saudável hábito de levar para o trabalho o que se decidiu comer. (...) é incomparavelmente maior o desperdício associado à restauração que o que existe associado à cozinha feita em casa, por medida e aproveitando restos (...). Para além da sustentabilidade e economia, há outra tendência que aconselha esta prática: saber exactamente o que se come, um luxo hoje acessível a pouca gente nas cidades."
O que se poupa!
É um novo hábito que ficará. Os ganhos são a todos os níveis. É para continuar. E não custa nada preparar no jantar do dia anterior. Restos ou confecionado com essa intenção, não custa mesmo nada e sentimo-nos bem por estarmos a fazer a coisa certa!
São cada vez mais os marmiteiros, tal como são muitas e diferentes as marmitas!!
Alunos, funcionários e professores encontram-se no refeitório improvisado com a sua marmita e todos são iguais na fila para aquecerem a comida no micro-ondas.
Já não há vergonha!! A crise tornou-nos mais iguais.

3 comentários:

  1. Muito bem!
    Realmente, em Portugal, nos tempos que correm, é difícil apoiar maior contenção e frugalidade na alimentação. E, no entanto, não só é ecológico, como faz bem à saúde (nem é preciso entrar na polémica da poupança). Tudo piorou desde que a Sra. Jonet falou contra o consumo de bifes. O problema é o contexto em que as coisas são tratadas. Eu, por exemplo, moro na Alemanha e como, em média, um bife de vaca por mês (porque pratico um outro regime alimentar, sem ser totalmente vegetariano). O meu marido, alemão, leva sempre sandes, iogurtes e fruta para o emprego, nunca vai comer fora. Ao jantar, há sempre uma refeição quente, cá em casa. E chega!

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    1. Porque há sempre o outro lado da moeda:
      Apesar de ser interessante essa mudança da dieta alimentar de muitos portugueses e dos inegáveis benefícios que uma refeição caseira proporciona, importa também ver os prejuízos. No meu caso concreto, em tempos idos (ilusórios de superavit), cheguei a fazer essa experiência de levar para o meu local de trabalho (um open space, num escritório de estudos e projectos) o meu repasto para o almoço, mas tive de desistir... as interrupções dos prezados colegas de labuta, com questões sempre urgentes e nunca adiáveis, os telefones e telemóveis sempre a chamar, com missivas supernovas, e a ingestão da comida saudável e caseira quase ao jeito de "fast-food", tal era a vontade de despachar a marmita para dar resposta às emergências… foram alguns dos ingredientes indesejados que com mais frequência se apresentavam para serem consumidos por mim.
      A quebra do sedentarismo, da rotina e do stress do trabalho, e a experiência da comensalidade, também são valores que a refeição “fora da marmita” pode proporcionar.
      O importante, creio eu, seja em que circunstância for, é a harmonia intrapessoal e interpessoal! Bom apetite!!!

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    2. Olá Pedro!
      Fizeste bem em falar na quebra do sedentarismo, da rotina e do stress do trabalho, porque não me ocorreu abordar essa questão!
      Realmente onde não é possível sair do espaço onde trabalhamos, mesmo que seja para a sala ao lado, é complicado descansar um pouco e evitar continuar a trabalhar mesmo sendo um tempo «sagrado» para PARAR.
      É preciso gerir muito bem.
      Obrigada pelo contributo!

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