quinta-feira, 23 de maio de 2013

Alentejo



Além-Tejo. Julgo ter sido esta a primeira palavra utilizada para designar toda uma região que hoje em dia se conhece por Alentejo. E é do Alentejo que tenho saudades. Das suas cidades pequenas e acolhedoras, das suas gentes bem falantes, atenciosas, com grande sentido de humor, do silêncio escaldante de Verão e da sua comida deliciosa. Um dia, quando fiquei desempregado pela primeira vez, peguei no carro e "fugi" de casa directo ao sul. De Marvão a Évora foram dias percorridos como um vadio. Numa pura contemplação da natureza. Mas soube-me a pouco. Sabe-me sempre a pouco quando consigo lá chegar. E há tanto Alentejo que ainda não conheço! Porque ele é imenso! Sinceramente gostava de passar um ano a percorrê-lo pelas suas estradas intermináveis sentado em cima de uma carroça puxada por um burro, tal e qual como uma família de ciganos que eu vi o ano passado às portas de Évora. Até os ciganos alentejanos são diferentes. Viver em tenda, sentir as estações do ano nesta terra. Andar sem horas e sem presas, e ter o céu todas as noites como tecto. Uma noite, voltava a Évora, parei o carro na beira da estrada saí com a minha mulher e ficamos um bom bocado ali a contemplar uma imensidão de estrelas no céu! E a sentir uma ligeira brisa quente a passar por nós. Estou ansioso por lá voltar. Soubesse eu fazer amigos...e decerto já teria amigos no Alentejo. Ciganos ou não.

1 comentário:

  1. Bonito texto que me emociona de certa foram porque tenho raízes alentejanas e amo o Alentejo. A primeira noite que dormi fora do lar, foi no Alentejo, em Safara.
    Quanto aos amigos, eles não se criam, eles estão entre nós, e são nossos vasos comunicantes para onde se transfere a amizade, sem que se saiba bem como.

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