quinta-feira, 6 de junho de 2013

A liberdade de consciência dos deputados

Sempre que os partidos políticos querem aprovar diplomas pós-modernos que violam o sentimento do seu eleitorado resolvem dar liberdade de voto aos seus deputados com o argumento de que, nestes casos, deve prevalecer o princípio da liberdade de consciência.

Eu sou militante do PSD e um acérrimo defensor (e praticante) da liberdade de consciência. Agora o que nós não podemos esquecer é que o deputado é o representante do povo soberano, o que significa que o seu voto em nome da sua liberdade de consciência não pode violar a consciência de quem o elegeu. 

E, se nem o deputado, quando se candidata, expressa publicamente os valores que defende, nem o eleitor tem a oportunidade de escolher aquele que se identifica com os seus valores de consciência, só pode haver liberdade de voto para votar contra uma decisão do grupo parlamentar que vá contra aquilo que o partido eleitoralmente se comprometeu.

Consequentemente, uma vez que o voto de deputados do PSD violaram a minha consciência, não voltarei a votar em eleições nacionais, enquanto não tiver a oportunidade de escolher o deputado que me representa na Assembleia da República. Até para evitar que o meu voto me pese na consciência.

Santana-Maia Leonardo
Público, 6-6-2013

2 comentários:

  1. Tem toda a razão, mas como todos os deputados de todos os Partidos, são nomeados pelo Chefe do momento e enquanto esse dura lhe prestarão vassalagem,....... nada vai mudar.

    Todos os que lá estão, "instalados" estão, e não se desinstalam.....era o que mais faltaria......logo????

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  2. Desde o princípio que há uma grande confusão na representação parlamentar. Os deputados, que vão em listas pré-fabricadas e segundo interesses, alguns inconfessáveis, de grupos, não têm compromissos com o povo, antes sim com os partidos que os adoptaram.
    Daí, porque muitos querem fazer carreira política, porque é rentável e não sabem fazer mais nada, aceitarem a disciplina partidária, mãe de esquemas pré-determinados e com objectivos definidos pelos grandes chefes. O povo pouco conta e nem sabe a que deputado se deve dirigir para tratar de qualquer problema do seu círculo eleitoral. Temos, apenas, um simulacro de democracia.

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