quinta-feira, 6 de junho de 2013

Está tudo no limite da mediatização

Não consigo já há muito tempo ver telejornais. Erro meu por certo. Admito! Mas a ideia que me fica sempre é que é impossível dar “noticias” que encaixem num telejornal todos os dias e mais que uma vez ao dia, durante uma hora e meia. Para além de que, como há uma tendência/ necessidade de explorar a desgraça quanto mais desgraçada melhor, e, fica-se mal, mesmo mal, essencialmente se depois for tempo de ir dormir!

E se andarmos normalmente na rua, se formos normalmente ao supermercado, se andarmos no meio de Pessoas normais como nós - acho-me minimamente normal…- temos a ideia, para além da nossa própria vivência, de que “isto vai muito mal”, logo não precisamos quando chegamos a casa de mais de uma hora e meia “disto”. Ou então não vivemos a vida real, ou é por masoquismo. Ou qualquer outra coisa.

Sendo que, os nossos políticos, todos, todos, todos, já sabem do impacto dos noticiários para passaram as suas mensagens e os noticiários sabem do impacto daqueles para ter noticiários. E anda-se em círculos permanentes, notícia gera político, este, aquela e assim sucessivamente. Com a agravante que é tudo tao ao segundo, tão mediatizado que tem que ser criado ainda mais sensacionalismo do que, o que de facto efetivo que existe, para “haver sensação”.

E tudo se faz para encher tempo mas tudo esquece e tudo é tratado pela rama até por ser impossível de outra forma o ser. Não há tempo. Não dá estar a ter muito detalhe e também não é necessário. Amanhã já se está noutra, logo, desde que hoje saia alguma coisita, amanhã já esqueceu e vem outra. E os dias assim se seguem. Uma noticia mesmo das que todos falam, morre ao cabo de uma semana!

Para tirar duvida um destes dias estive atento a (re)ver telejornais, e é tudo igual. As notícias são as mesmas no mesmo tempo, só não entram ao mesmo tempo. Sei lá como é que é tudo tão bem organizado. Mas aquilo é seguido, e se andarmos de um lado para o outro no zapping vemos e revemos noticias, pessoas, comentadores, comentários, e tudo igual, com mais ou menos molho. Mas tudo igual. E até umas histórias que deveriam ser tudo menos telejornal. Ou não, ou talvez! E depois o que fica? E depois o que se aprende ou apreende?

E valerá fazer isto assim? Ou talvez pensarem em fazer “coisas” muito mais curtas e mais originais, o que até disciplinaria os políticos, todos, todos, a não se preparem para “entrar em direto ou a tempo de telejornais” por não haver tempo, nem espaço, nem vontade! Mas haverá muita gente que vê? Se calhar! E gosta? Se calhar!” E não se podia fazer melhor, mais cuidadoso? Talvez! Ou talvez, tenhamos o que merecemos! Mas podíamos todos tentar melhorar sem ter que ter receitas do FMI! Ou não??

Augusto Küttner

2 comentários:

  1. Augusto
    Estas suas palavras criaram-me angústia: sinto-me muitas vezes "presa" nestas teias. E ainda por cima aqui onde moro e vejo o Tejo o tempo está fosco.

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  2. Clotilde,
    De facto estamos a viver tempos sem futuro......

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