terça-feira, 11 de junho de 2013

O silêncio da fotografia





O silêncio da fotografia. Uma das suas qualidades mais preciosas, diferentemente do cinema, da televisão, da publicidade, aos quais é preciso sempre impor o silêncio, e sem o conseguir. Silêncio da imagem que prescinde (ou deveria prescindir!) de qualquer comentário. Mas também silêncio do objecto, que ela arranca ao contexto tonitruante do mundo real. Quaisquer que sejam a violência, a velocidade, o ruído, que a rodeiam, a fotografia devolve o objecto à imobilidade e ao silêncio. Em plena turbulência, ela recria o equivalente do deserto, da imobilidade fenomenal. Ela é a única maneira de atravessar as cidades em silêncio, de atravessar o mundo em silêncio.

Jean Baudrillard

5 comentários:

  1. obrigada pela qualidade do texto que nos trouxe

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  2. Isto está na linha que afirma que o silêncio é de ouro. Dá para reflectir sobre a perenidade de certas coisas.

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    1. Há silêncios que são de ouro.

      Outros há, mais pesados e cinzentos que o chumbo e carregados do seu veneno.

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  3. Cara Céu Mota não me agradeça pelos textos que aqui trago. Simples copista fui, neste caso, e por isso não mereço os seus simpáticos agradecimentos. Copiar é fácil...

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  4. Não querendo criar polemica penso haver imgens que gritam tão alto que só quem não quer ouvir é que não ouve.

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