segunda-feira, 24 de junho de 2013

Reformar a sério. Será possível?


Como é evidente este Governo não quer reformar nada a sério. Mas, algo que a ninguém espantará, é que não é só este Governo, todos – sem excepções – os Partidos/ Movimentos presentes no Parlamento, não querem fazer reformas a sério.

Quanto a este aspecto, ficam aqui dois exemplos que só não chocam quem não queira ser chocado. Temos o mesmo número de Câmaras Municipais desde meados do século XIX, todos que não políticos já entendemos que no nosso seculo XXI deveriam ser muito menos, porém nem uma foi eliminada por proposta de um único partido, nem será. Quanto à trapalhada do quarto mandato na autarquia vizinha por não poder continuar na mesma, nem um Partido/ Movimento agarrou nesta temática e a levou, no Parlamento, até às últimas consequências, à séria. Todos podem ter que se servir do quarto mandato!

Claro que o Governo – este ou outro – quanto mais se retardar a reformar a sério, mais consegue manter pessoas que lhes estão afectas em cargos políticos/públicos. Se não acaba com esses lugares, ao reformar! E assim ainda estão por reformar (reestruturar) para além das autarquias, as Universidades, os Institutos, as Fundações, as Empresas Municipais, e por aí adiante. Tanto, onde ter que reformar, que não só em reformas/pensões, educação e saúde, o dito Estado Social. Aqui sim, vai a eito.

Assim, desde há 25 anos que se foram criando serviços públicos e/ou políticos que fizeram crescer a máquina do Estado e das Autarquias,- com mordomias, com gabinetes, com automóveis, com cartões de crédito - mesmo que tantos não fossem necessários, mas havia lugares a distribuir por pessoas a quem era necessário fazê-lo, depois de cada eleição, para aí cumprir o prometido. No resto – aos eleitores - prometido talvez não fosse cumprido! Alguma inverdade, aqui?
Assim, nada foi devidamente reformado, à séria, tudo foi sendo feito “assim-assim”, sempre que foi necessário cortar uma despesa aqui ou acolá.

E há 2 anos este Governo que se intitulava de salvador, de qualquer coisa que não deu para entender o que seria, podia – devia – ter reformado à séria e teria a maioria da população consigo. Não o fez. Excepto quanto à extinção dos já moribundos e quase enterrados, Governos Civis.

Agora acha que em total perda de credibilidade e autoridade vai conseguir algo reformar? Veremos! Mas para haver reforma a sério, mesmo que não se vá para eleições – que nada de diferente nos trariam! – a maioria das figuras deste Governo deveria deixar de o ser e virem melhores, não seria impossível, à séria. Mesmo sem mudar os dois partidos de Governo neste momento.

E a reforma à séria deveria começar com redução de autarquias, de deputados, de Institutos, de Universidades, de Fundações, e claro que envolveria todos os Partidos e Movimentos e até não haveria que haver dúvidas quanto a quatro mandatos consecutivos em Camaras Municipais, mesmo vizinhas, ou nem por isso!

Será possível termos uma reforma à séria? Quem souber que responda!|
(PÚBLICO, 24-6-2013)
Augusto Küttner de Magalhães

3 comentários:

  1. É necessário começar a aprofundar outros caminhos de organização social. Os actuais estão percorridos e aproximam-se do fim. Milhões de casas fechadas e milhões de pessoas a viver nas ruas. Fabricam-se e não se vendem milhões de peças de roupa e calçado, e há quem ande descalço ou roto, milhões passam fome e deitam-se fora, diariamente, toneladas de alimentos. Em vez de se reduzir as horas de trabalho, como a história nos ensina, decide-se, estupidamente, aumentá-las e daí por diante. O desrespeito dos que têm o poder é cada vez maior e daí resultará a hecatombe desta organização social ou civilização. Novas regras terão de vir a caminho. Como? Por onde? Não sei! Mas pressinto que virão, porque o que está não faz sentido.

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