terça-feira, 23 de julho de 2013

Editora e Livraria Sá da Costa: o fecho 100 anos depois


A livraria Sá da Costa, que em Junho passado comemorou 100 anos, tem, infelizmente, o seu fim anunciado. O tribunal sentenciou a sua liquidação após alguns credores, entre as quais a banca, inviabilizarem a sua compra por um grupo interessado em viabilizar a sua recuperação. As dificuldades da editora e livraria já se faziam sentir há alguns anos quando surgiu um arauto que prometia salvá-la. Mas aquilo que parecia ser um novo fôlego, veio a revelar-se ser a machadada final. Pela editora Sá da Costa passaram alguns dos grandes pensadores nacionais, como sejam António Sérgio, Jaime Cortesão, João de Barros, Vitorino Magalhães Godinho e muitos outros. Algumas colecções de referência da Sá da Costa como, por exemplo, a “Clássicos Sá da Costa” e “Grandes Livros da Humanidade” formaram milhares de pessoas ao longo dos anos. È muito doloroso assistir à extinção deste valioso património. È mais um bocado de Lisboa que desaparece e deixa mais pobre a cultura portuguesa. Mas a Sá da Costa tem muitos amigos e no passado sábado, 20 de Julho, acorreram à livraria para participarem no Manifesto de protesto convocado sobretudo através das redes sociais. Para se indignarem contra o seu desaparecimento e também contra o fecho ainda fresco nesta zona do Chiado das livrarias Guimarães, Portugal, Barateira e Camões. E já se anuncia o encerramento da Olissipo e da Artes e Letras porque as rendas se tornaram incomportáveis. Enfim, um deserto cultural está à vista!
João Ferreira

 

 

3 comentários:

  1. Mais um exemplo entre tantos como estamos a esquecer - PROPOSITADAMENTE; CONVÈM! - a História e a Memória, ficando focados no imediato televisivo - e não só! - sem conteúdo!

    Estamos como estamos!

    ResponderEliminar
  2. Apesar das lágrimas que vamos limpando não se pode continuar em silêncio. Temos o poder da rua para mostrar o nosso descontentamento e o voto para ajudar a mudar.

    ResponderEliminar
  3. As pessoas ficam muito incomodadas, e bem, com o fecho das livrarias, mas têm de ter em mente que os compradores de livros vão desaparecendo, e as livrarias vão tendo o destino das mercearias de bairro. Mudaram-se os hábitos e em substituição da leitura (cultura) temos os encontros musicais (divertimento), para além do futebol que supera tudo.

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.