quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Nicolas Ray.




Nicolas Ray (realizador)
 1911. Agosto.7 – Gallesville, Wisconsin, EUA / 1979.


De seu verdadeiro nome Raymond Nicholas Kienzle, Nicolas Ray começou por estudar arquitectura tendo posteriormente trabalhado no teatro e cinema onde se estreou como assistente de Elia Kazan. Dirigiu o seu primeiro filme, “They live by night”, em 1948 onde retratou a delinquência juvenil, que se tornaria num dos seus temas preferidos. A inquietação e inadaptação dos jovens no período pós-guerra retratados como heróis frágeis que tentam sobreviver num mundo de violência mas onde as paixões também têm o seu lugar. “In a lonely place” de 1950 inaugura uma época de ouro na sua carreira de director de cinema. Neste filme Ray dá-nos a história de um cínico argumentista acusado de homicídio. Mais tarde surge o seu primeiro filme a cores. “Johnny Guitar” (1955), um western com Joan Crawford, é de forte cariz psicológico, onde o realizador utiliza as cores e explora o fundo as potencialidades cromáticas. Seguem-se dois westerns mais convencionais, “Run for cover” (1955) e “The true story of Jesse James” (1957). Em 1955 realizará “Rebel without a cause”, o seu filme mais popular, com o seu actor preferido. James Dean a interpretar o papel de alguém que se sente confuso e angustiado no período pós-guerra. Num dado período serão actor adultos abandonados que tomarão o papel das personagens nos seus filmes, como James Dean e o seu rosto de criança, Sterling Hayden de “Johnny Guitar”, Humphrey Bogart e Robert Ryan. “Bigger than life” (1956) é um dos seus filmes mais amargurados. Ray usa mais uma vez o décor e as cores que espelham a profunda perturbação que se esconde sob a aparente tranquilidade da América profunda.

Dono de um talento genuinamente cinematográfico que lhe granjeará mais admiração na Europa, através de alguns realizadores da Nouvelle Vague francesa como Eric Rhomer e Jean-Luc Godard, do que nos Estados Unidos, a obra de Nicola Ray é uma análise de solitários marginais e violentos que a sociedade não conseguiu integrar. A sua última aparição no cinema foi num papel no filme de Wim Wenders em “O Amigo Americano” de 1977.

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