sábado, 19 de outubro de 2013

Livrinho em português, made in China


Livrinho em português, made in China

A nossa quase total desindustrialização, leva-nos ao extremo de haver à venda “cá”, livrinhos em português de folhas duras para crianças a partir de ano e meio, made in China. Têm umas figuras e meia dúzia de palavras em português. E são de capa dura para as crianças verem, e aprenderem e trincarem (ou não!)!

Ou seja, algo tão simples, barato e sustentador de indústria interna com alguma possibilidade de exportação, já foi para Oriente.

Depois ficamos espantados por “cá” não termos indústrias, não sabermos criar empregos e consequente riqueza. E falamos muito dizemos mal sempre dos anteriores e fazemos o mesmo sempre, com mais dos mesmos!

Sendo que a China foi agarrando tudo, tudo o que achámos não ser digno de continuar a ser feito por nós, foi tudo fazendo, e agora estamos sem nada e deles dependentes. Pelo meio temos os alemães - raça pura! - , mas isso é ainda mais complicado!!

Este exemplo - os livrinhos - é demasiado rudimentar mas suficientemente grave.

Do mais simples ao mais elaborado fomos deixando tudo ir passando para Oriente - China, India, Taiwan – e como não quisemos ou não soubemos substituir o que perdemos, andamos “aos papéis”. Já nem estes livrinhos em português, fazemos.

Claro que “isto” foi um mal Ocidental, toda a Europa e os EUA fizeram do mesmo, mas alguns países - a raça superior! - deixaram-se ficar com alguma coisa, veja-se a Alemanha, com Mercedes e não só! – e não vão largar nem que para tal continuem – como já fazem - a negociar directamente com a China! E o resto da Europa, excepto a Áustria que se afoguem.

E como a Chima já se está a habituar a ter e gastar dinheiro, vai empurrando algumas destas miudezas para o Vietname, onde hoje, a mão-de-obra está mais barata que a chinesa. Mas a China tem dinheiro e muito, e nós não! Nada guardámos, nada investimos, à séria!

Talvez ainda estejamos a tempo de recuperar” tempo!, quer voltando – concorrencialmente - a fazer “cá” o que deixámos de fazer, quer fazendo outras coisas. Mantendo – claro - têxtil e calçado de qualidade e apostando em novas tecnologias. Fazendo, fazendo, fazendo!

E arriscando, talvez todo o Sul da Europa, até meio de França e com quem connosco alinhar, em “comerciar” directamente com a China, Japão, India, Brasil, EUA, e que se lixe a Alemanha e a Áustria. Claro que o Mercedes é bom, mas podemos ter que ir para o Dacia – mas é francês, não tão vistoso, mas!! Mas, continuaremos a andar de carro. Mais barato e feito a Sul!

E em vez de a China nos levar tudo, de livrinhos para crianças à EDP e REN, serem feitos por eles e não só, investimentos cá, de facto produtivos e nós ajudarmos a fazer progredi-los.

E talvez os livrinhos para crianças de ano e meio, possam ser cá feitos – para lucro nosso, mas também prestigio! - para toda a Europa do Sul e Brasil, e não só! E os turistas chineses e não só poderem cá vir, em força, e a todo o Sul da Europa, não só “ao” Portugal!

Mas temos que mudar muito – sem deixarmos de ser “nós!”. É verdade, passarmos a ser pontuais, a esquecer o desenrascar, a ser organizados e programados, e esquecer o fado de tristezas passadas, e abrir à globalização, mas com mais economia e menos finança e até livrinhos para criança! Melhorar, melhorar, melhorar!

Augusto Küttner de Magalhães

4 comentários:

  1. As palavras certas para nos acordar. Infelizmente o Augusto tem razão. Alguns de nós fazemos um esforço atento para comprar SÓ português para muitas vezes não há.
    Clotilde

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  2. Caro Clotile, Amiga

    e a criançada, vai entendendo que até para ler tem que comprar chin~es.

    Abraço do

    augusto

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  3. Independentemente do que cá se vende "fabricado na China", devíamos todos deixar de comprar "vendido por chineses". Ou seja, quase tudo o que os chineses vendem nas "suas" lojas não presta, é caro. Estas lojas vieram arruinar as lojas tradicionais e não só. Levam a uma fuga de capitais para a china, sem contrapartidas ( cada vez devemos mais aos chineses e, para lhes pagar entregam-se empresas como a EDP... .
    Antes da mercadoria vir para Portugal tem que ser paga. Lá vão os Euros em troca de lixo. Depois são os grandes armazéns espalhados pelo País que vendem às lojas chinesas. De novo Euros a voar para a china.
    Depois vem a parte pior, que é a que mais dinheiro leve para fora. São as lojas dos chineses a vender ao público. E de novo Euros a voar para a China.
    E os impostos? para eles não pagarem impostos e andarem mandar para cá só lixo, andamos nós a pagar a Luz mais cara, a água e o gás mais caros, etc.
    Baixam ordenados, aumentam impostos... e ninguem vê que o cancro vem da China?
    Deixem de comprar nas lojas chinesas e vão ver que a economia melhora.

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  4. Imaginem que os angolanos, os brasileiros, os venezuelanos e os naturais de outros países, onde temos muitos nossos compatriotas estabelecidos, faziam campanha para não se comprar a comerciantes portugueses. Seria justo e humano? O caminho da discriminação por raças ou pátrias não me parece ser aceitável. Por isso não acho bem propagar essa ideia de perseguição aos chineses. O dinheiro para comprar a EDP, esse, é bom.

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