domingo, 6 de outubro de 2013

Um país a definhar...

Só nos primeiros seis meses deste ano verificaram-se quase menos 4 mil nascimentos do que em igual período do ano anterior. Portugal arrisca-se a ter em 2013 um número total de nascimentos inferior a 85 mil, o que aconteceria pela primeira vez desde que há registos censitários. Todos conhecemos a causa principal que explica este fenómeno: a grave crise financeira que atinge a grande maioria das famílias portuguesas.
Mas seria bom que se reflectisse um pouco sobre o impacto que uma tão reduzida natalidade poderá ter num futuro muito próximo. Com uma esperança média de vida com tendência para aumentar e um crescente desequilíbrio entre população jovem (a futura população activa) e a população mais idosa (dependente das reformas e pensões), é a própria sustentabilidade do sistema de Segurança Social que é posta em causa. Já nos bastava termos o "galardão" de sermos um dos países mais envelhecidos do mundo! E com a crescente emigração, arriscamos-nos a "construir" um país com uma estrutura etária invertida, com graves consequências aos níveis da falta de empreendedorismo e da incapacidade para sustentar uma população crescentemente idosa.
Mais do que paliativos do género "cheque-bebé", interessa legislar no sentido de proteger, dos pontos de vistas laboral e social, as famílias que se decidem por ter filhos... Doutra forma, caminharemos para um país que definha a olhos vistos!

Pedro Peixoto
in Público, 28 de Setembro de 2013

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