terça-feira, 26 de novembro de 2013

O ordenado mínimo nacional em Portugal, na Grécia e na Irlanda


Sempre que ouço alguém pedir ou sugerir o abaixamento de salários, mormente os mais baixos, a fim de sermos mais competitivos e sairmos da crise, fico mais fulo que uma fera enjaulada, privada da sua ancestral liberdade natural.

A essas destemperadas criaturas, que a soldo dos poderosos assim proferem o que não deviam, dever-se-lhes-ia cortar a língua para não dizerem mais disparates de desonra e desamor contra outrem.

Agora, analisem-se os OMN na Grécia e na Irlanda, países que também foram intervencionados, os quais são bastante superiores ao nosso (485 € x14:12=565,83 €), em que no primeiro país (683,76 €) é 20,84% maior que o nosso, para na Irlanda (1 461,85 €) ser superior (!!!!) a 258,35%.

E a produção nesses países é superior a Portugal na mesma percentagem ao que ganham a mais, ou, pelo contrário, não seremos muito mais penalizados (o nosso mundo laboral) nos impostos que naqueles países, ou até, o custo de vida na Irlanda é superior ao nosso em mais 260%?

E, depois, são nos custos de produção, nos péssimos gestores que temos e na corrupção a todos os níveis instituída, NÃO nos salários de miséria, que tais fardos pesam no produto final.

São, isso sim, o que onera os nossos custos de produção, a delituosa organização e métodos laborais de Trabalho e o custo da energia.

Portanto, por que será que os portugueses que emigram, até os menos qualificados, conseguem usufruir salários muito acima do que recebiam neste nosso mal gerido e roubado Portugal?

Só para um exemplo de produção, falo-vos de um caso concreto passado numa linha de engarrafamento de um empresa cervejeira nacional, em que um determinado operário estava a controlar uma máquina, que em determinado período de tempo engarrafava dez mil garrafas.

Essa mesma linha de engarrafamento foi modernizada e, no mesmo período de tempo, o mesmíssimo operário retirava da nova máquina o engarrafamento de vinte mil garrafas, isto é, o dobro com o mesmo custo de salário.

Quero com isto dizer, que os meios de produção mais apropriados e modernos condicionam exponencialmente a produção e o lucro, fazendo-nos mais ou menos competitivos se não renovarmos as técnicas de fabrico, e não roubando as empresas com vencimentos megalómanos de topo e divisão de lucros pelos ‘amigos e malfeitores’.

Resumindo, a mão-de-obra no nosso país é tida como o mexilhão, ou a carne pra canhão dos desqualificados e corruptos que estão nas rédeas de todos os poderes.

E mais não escrevo para não ficar ainda mais furibundo.

 

José Amaral

 

 

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