Tive o privilégio de ouvir a entrevista que José Alberto de
Carvalho fez a Pedro Abrunhosa durante um telejornal em que se fez referência
ao seu novo trabalho discográfico com o nome de ‘Contramão’.
E foi bom de ver e ouvir as letras das canções contidas neste
seu sétimo trabalho, o qual é uma contundente ‘arma’ que este excelente
cantautor aprontou para afrontar as revividas sete pragas do Egipto, as actuais
sete cabeças viperinas de hidra, ou os mortíferos sete pecados mortais que este
governo tem esgrimido contra os mais desprotegidos que ainda ‘mexem’ em
Portugal.
De facto, ninguém consegue vislumbrar nada de bom após tanto
mal que estes liquidatários da nação nos têm feito.
Esta nossa quarentona democracia não é mais que uma
demo-ditadura, em que o povo é refém de si mesmo, votado à sua infortunada
sorte.
José Amaral
É preciso ter uma maior amplitude no tempo e nas causas das dificuldades em que o país está mergulhado. Este Governo é mau, porque é incompetente e nem disso se apercebe. As hidras, que estavam ocultas, iam triturando a nossa sociedade e só agora deitaram as cabeças de fora. A nossa desgraça começou há décadas e foi-se arrastando e desenvolvendo até à fatalidade. Não adianta achar que foram os outros, porque se não fomos todos, os mais cultos e mais atentos, que levaram o país ao descalabro, foi uma grande parte de todos nós. E não merece atirar as culpas à parte contrário, porque ao contrário andámos quase todos nós. Se for possível, devemos ser mais razoáveis na apreciação do fenómeno, para ver se o barco não se afunda.
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