quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

em O LIVRO EM BRANCO (página 42)

Horizontes

 Quisera usar a caneta
Como o pintor a paleta,
Dar ao mundo tanta cor
Onde não houvesse dor.
Pintar na face de todos
Cores de vida e sol a rodos
(Estar-se em paz e sem medo,
Ser-se fecundo e não quedo).
Transformar o mal do mundo
Para não ser moribundo
Nas trevas sempre latentes
Vindas de muitas vertentes,
Correndo em águas do mal
Em torrentes de vendaval,
Que nos arrasta p’rà morte
Com bússola que não tem norte.
Tem ponteiro apocalíptico
Faz o mundo paralítico,
Sem forças pra se mexer
Nem mesmo para conter
O mal que bem s’aproxima
Com as cores de Hiroxima.

 Não era esta a paleta
Nem as cores desta caneta
Que eu pensara usar
Para todo o nosso azar.

 José Amaral

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