sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Medida arrojada mas solidária

O Conselho Constitucional Francês, equivalente ao nosso Tribunal Constitucional, deu luz verde à taxa de 75% a aplicar às empresas com trabalhadores com salários anuais superiores a um milhão de euros previstas no orçamento do estado para 2014. A primeira proposta do orçamento francês previa a aplicação desta taxa, sob a forma de imposto sobre os rendimentos, aos trabalhadores com salários superiores a um milhão de euros. A versão agora aprovada pelo Conselho Constitucional prevê que a taxa seja aplicada às empresas, ficando ao critério destas fazer ou não refletir a taxa nos rendimentos dos trabalhadores. Esta medida tomada em França terá implicações a nível de solidariedade, equidade e justiça social. Em Portugal o que é que o Governo faz? Limita-se a aumentar aos impostos indiretos, como o IVA, que são impostos cegos que prejudicam os portugueses indiferentemente, aonde está a equidade? a solidariedade? a justiça social? O orçamento do estado português para 2014 deixou cair no IRS a taxa adicional de solidariedade que vigorou nos anos de 2012 e 2013. Esse adicional era de 2,5% para valores em excesso a 80 mil euros (coleta anual) e de 5% para valor que excedesse 250 mil euros ano. Os escalões do IRS passam de oito para cinco, o último escalão é de 80mil euros ou mais de rendimento anual e é aquele que perde as taxas adicionais de solidariedade.
(JN de 22/01/2014)

6 comentários:

  1. Há primeira impressão parece uma medida que visa a solidariedade. Depois, pensando bem, trata-se apenas de demagogia, porque poucas são as empresas que têm lucros superiores a 1 milhão de euros, e essas, sabem bem como esconder alguns milhões. Por outro lado, se pagam ao Estado, não podem fazer investimento com essas quantias e, nalguns casos, criar-se-ão situações de sufoco financeiro. Entretanto os ricos continuarão a viver de forma a sustentar um alto padrão de vida, que se for diminuído cria mais desemprego nos trabalhadores que laboram nesse meio. O grande problema é que a máquina estatal está sempre a criar mais lugares improdutivos de riqueza, que têm de ser suportados pelo meios que a produzem, que na verdade, na sua maioria, são propriedade dos privados. A ganância de querer, sempre, uma economia progressiva, sem ter em conta a distribuição, que devia ser primordial, vai levar a um descalabro económico e financeiro, do qual resultará a destruição do tipo de sociedade actual, se não forem tomadas medidas de fundo, que invertam tal tendência.

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    1. Não são as empresas que têm que ter lucros de 1 milhão de euros, mas sim funcionários dessas empresas que ganhem anualmente rendimentos superiores a 1 milhão de euros. As empresas têm opção de os tributar por esses rendimentos, ou serem elas a pagar.

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    2. Para poder pagar um milhão de euros aos funcionários, ou importâncias parecidas de dividendos aos accionistas,as empresas têm de ter lucros muito elevados. Logo é sempre das empresas que tem de vir o rendimento. O resto são cortinas de fumo para enganar o pagode, que fica feliz por os grandes pagarem taxas elevadas nos impostos, esquecendo que no final são sempre os últimos que pagam tudo.

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  2. No caso de um gestor que ganhe num ano mais de 1milhão de euros será tributado em Portugal à taxa de IRS máxima de 48%, enquanto em França será tributado à taxa de IRS de 75%. Logo, o Governo ficando com mais receitas ( devido ao aumento do IRS no escalão mais alto) deverá aplicar em ajudas às pessoas mais desfavorecidas como: Rendimento Social de Inserção, Complemento Solidário para Idosos, aumento das pensões a baixo do mínimo de subsistência (419,00€/mês), etc.
    É assim que analiso a situação.

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  3. Só que é difícil verificar se essa cobrança de impostos vai mesmo para os mais necessitados, que, nalguns casos terão o número aumentado pelos despedimentos que surgirão pela quebra de rendimentos dos patrões, ou se são para a alimentar a máquina dos altos detentores de lugares políticos, que estão sempre a crescer, com a clientela partidária que nunca esmorece. O sistema está podre e o vasilhame deita água por todos os buracos, tanto cá, como lá.

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  4. Não se preocupe com os salários dos patrões, sei por experiência própria que os patrões das PME declaram salários iguais ao salário mínimo (485,00€/mês), eles também têm outros processos de receber receitas. Quanto aos políticos é evidente que concordo.

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