segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

OBRIGADO, EUSÉBIO!


Sportinguista desde criança, sempre admirei Eusébio, apesar das “tareias” que deu ao meu SCP. Ao contrário de Pelé, outro mágico do Futebol, que era vaidoso e  muitas vezes arrogante, Eusébio sempre aguentou estoicamente a pancada que estes extraordinários goleadores apanhavam, sempre que se aproximavam da “grande área”. Nunca perdeu a cabeça entrando em “faltas ofensivas”. Nos campos de futebol e na vida sempre foi um homem simples e modesto. Nasceu povo e morreu povo. O SLB fez bem em não se querer apropriar da sua figura, o que até se compreenderia porque dedicou quase toda a sua vida ao SLB. Ao contrário de Coluna, outro grande jogador seu compatriota Moçambicano, Eusébio não regressou à sua terra natal no fim da carreira. Preferiu Portugal, o Portugal das colónias onde nasceu em 1942. Passou dificuldades que o obrigaram a jogar fora do SLB para ganhar a vida, mas felizmente o seu clube preferido chamou-o mais tarde, para importantes funções de representação em Portugal e no estrangeiro. Foi um grande e digno embaixador do nosso País. Durante décadas foi o português mais conhecido lá fora, em paralelo com Amália.
Só os que foram seus contemporâneos e o viram jogar, saberão dar o devido valor à sua vida e ao seu exemplo de desportista. Uma palavra também para os seus companheiros de clube José Torres, José Augusto e António Simões, que lhe deram a mão na devida altura e o ajudaram a poupar dinheiro e a trilhar um caminho mais regrado do que outros grandes futebolistas do seu tempo (como Victor Baptista), que infelizmente também foram geniais nos campos e acabaram mal na vida privada.
Por tudo isso Eusébio conquistou a intemporalidade e merece um grande obrigado de todos os portugueses, independentemente da sua filiação clubista.
(Publicada parcialmente como primeira carta no jornal "Público", na sua edição de 7/1/14)

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