segunda-feira, 31 de março de 2014

Afinal, quem é o culpado?

Dois facínoras de baixa condição social, presume-se – pois também os há no nebuloso mundo do colarinho branco – que, para roubar, terão agredido barbaramente um recepcionista de um hotel em Faro, vão recorrer da pena que lhes fora aplicada alegando que a morte da vítima não decorreu da agressão, mas tão-somente por ter sofrido um ataque cardíaco após a sova e que o levou ‘desta para melhor’.
Então, se eu empurrar uma pessoa para dentro de um rio e se ela se afogar, eu posso achar que não fui o culpado de tal morte, uma vez que a vítima é que não sabia nadar.
Ou, se eu for apanhado na rua numa troca de tiros entre ‘bons’ malfeitores e ficar ferido, a culpa poderá ser só minha, porque não deveria estar lá (na rua) na altura de tais desacatos.
São pois estas as ‘boas’ leis que temos e que o homem tece, desculpando-se o agressor e culpando a vítima.

José Amaral


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