quarta-feira, 30 de abril de 2014

Admirável Mundo Novo!



Sabes meu Amigo, não me vejo a maltratar as palavras. Como poderia fazê-lo se as tenho pela nossa melhor invenção!

E não é só porque me dão todo o jeito para conhecer-te diferente. É mais ainda  porque são minhas amigas incondicionais. Agitam a alma,  empurram a minha timidez de dizer-me aos outros.

Por essa razão fundamental e maior, jamais as utilizo como balas penetrantes e mortíferas, de afastamentos.

 Não me imagino a fazer discursos mollotof - todas e muitas na mesma garrafa incendiária – e gerar o pânico, o desconcerto, o desentendimento à volta de mim.

Como é possível usá-las sem estarem polidas, maduras, apetecíveis, e arremessa-las sem outras explicações , contra as multidões desprevenidas?

Tantas, ao mesmo tempo e que não dizem nada? Só para confundir, achincalhar quem as recebe, na frustração de que não entendeu nada?

Infelizmente há quem faça disso a sua profissão de fé.

Quem nos (des)governa, na esperteza possidónia dos rodriguinhos que compôs em formações académicas nas estruturas partidárias -  que alguém achou graça e deu a mão - violenta-nos agora com discursos sem conteúdo nem sentido no propósito único e perverso de nos confundir, agastar, levar à desistência.

O que eles dizem não diz nada. Absolutamente nada.

Somos um País de políticos info-excluídos.

Vivemos na pior das ditaduras, quando achamos ter  liberdade de escolha, mas ao mesmo tempo preenchemo-nos momentaneamente de felicidade quando amanhã, dia 1 de Maio temos cinquenta por cento de desconto em bens de necessidade, na superfície mais perto de nós.

Desculpem lá, mas quero lá saber que o IVA passe de 23% para 23,25% - décimas ridículas – quando tenho a possibilidade de levar para casa 150 rolos de papel higiénico, que ainda por cima vão contribuir para o fundo de pensões do Estado.


Admirável Mundo Novo!

Luis Robalo
www.luizrobalo.blogspot.pt

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