quarta-feira, 16 de abril de 2014

Foi só um pesadelo

A noite passada tive um "sonho"  e nele vi Portugal na idade média, governado por uma seita religiosa que proibia o povo da leitura de livros que constavam de uma lista negra, de cerca de 33 mil livros amaldiçoados por "lei". Depois vi os censores do reino da ignorância e da intolerância invadirem bibliotecas públicas e casas particulares, para confiscarem obras de "operários das letras". Tais como: Miguel Torga,Lídia Jorge, José Cardoso Pires, Antunes da Silva, Eça de Queirós, António Borges Coelho, Saramago, Aquilino Ribeiro, Albert Camus, Bertolt Brecht, Umberto Eco, Gabriel Garçia Márquez, Pablo Neruda, Kafka... E todos serem lançados á fogueira do obscurantismo (...) Felizmente acordei (e que alívio). É que afinal, tinha apenas passado por um enorme e terrível pesadelo. Depois, respirei fundo e sorri para o sol da inteligênçia, do conhecimento e do progresso humanista. E senti o calor da felicidade que tem um homem livre, cujo pensamento jamais será castrado por qualquer seita, religiosa ou não. De seguida, senti um enorme desejo de "viajar" e fui á estante dos meus livros buscar Saramago. E recomeçei a lêr A Viagem do Elefante.

Texto publicado no DN a 4/2/13. Arlindo

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