quarta-feira, 7 de maio de 2014

D.Henrique? Qual D. Henrique, Coelho para o Padrão dos Descobrimentos!


Por vezes escrever, é quase como um não escrever. Escrever para quê? Tudo está dito e se não, alguma imagem já o disse.

Os homens quando fecham a porta de casa sem olhar para trás é porque tomaram a decisão dificílima de procurar um novo porto de abrigo. E quando se põem a caminho com esses modos, a olhar em frente, nem bússola levam.

Quando os homens saiem em massa, é pior, é porque as cidades e os campos ficaram irrespiráveis e eles , debandadas caóticas, atropelam-se a fazerem-se à vida.

A história deste povo, que não sei se é um povo ou um aglomerado de seres humanos que habitam não co-habitando o mesmo espaço geográfico, tem sido escrita nestas obrigatoriedades individuais e colectivas de despejo pelos senhorios.

Foram os episódios dos descobrimentos, as imigrações maciças nos inícios do século XX para os centros urbanos, a fuga pela fome de pão e da liberdade de pensamento nos anos sessenta, o retorno forçado das terras prometidas de áfrica quando o peripatético império desmoronou, e agora, repetição malvada, a escapadela dos novos e velhos e  bons e os melhores – só não vai quem está coxo da idade ou das energias, ou dos seus medos.

Entretanto ficamos a saber – mais uma vez pela imagem que essa não engana ninguém – que o nosso Governo também ensaiou a fuga, numa balsa quase etíope, em mares rasos nunca dantes navegados, ao sabor dos perigos das  bestas exóticas e monstros desconhecidos ( os guarda costados estão com eles, em caso de necessidade), marejando círculos num aquário pimba , num parque de diversões para débeis mentais .

O Xavier estava à rasca – duvido que saiba nadar – o nosso Primeiro agarrado de unhas e dentes à amurada, intrépido marinheiro na busca de novos mundos, gloriosa epopeia !

É verdade que as imagens valem por mil palavras ( eu não concordo , gosto mais das palavras, mas para o caso convêm-me que seja assim): valentes timoneiros.

As caricaturas a que vos sujeitais , aquém e além mar! Sois os meus heróis e sabeis porquê (insistindo nesta linguagem gongórica, porque é a melhor para este momento único)?

Porque sois a derradeira geração que se consegue fazer à aventura da descoberta, sem os achaques do escorbuto, dominando os motins a bordo, resistindo às apetitosas sereias, e ainda assim, chegando a bom porto com o nó da gravata composto e os fatos mais ou menos bons, imaculados, sem uma gota de salitre em cima.

Vou votar em vós , todos, uma cruz para cada um!

www.redondovocabulo.com


3 comentários:

  1. Seremos dois quanto a:

    - Vou votar em vós , todos, uma cruz para cada um!

    augusto

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  2. Lamentavelmente, por mim, desta vez, a casa fica às moscas. Acordei. Não entro em jogos com as regras viciadas.

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  3. Peço desculpa a todos os Partidos por ter andado, até agora, só a dar, com o meu voto, a preferência a um só Partido, mas, realmente, constatando que por unanimidade votaram, para 2014, um aumento de 4,99% nos seus vencimentos, acho, por bem, que todos merecem o meu voto daegratidão. Assim, daqui para a frente, embora atrasado na assumção popular de que "os partidos são todos iguais", vou colocar uma cruz em cada quadrícula de voto, de cada partido. Merecem. Não faço discriminação. Depois, eles dividirão entre si, aliás, como sempre o fazem e nunca com o Povo!

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