quinta-feira, 15 de maio de 2014

Que se lixem as eleições!? DEO gratias, eleições!

Exactamente a dois anos de seis séculos sobre a data – 24 de Julho de 1414 - em que D. João I decidiu conquistar Ceuta, o primeiro-ministro decidiu não (re)conquistar o cargo de primeiro-ministro (PM), proclamando: “Que se lixem as eleições!”. Ambas as decisões não deram bom resultado…
E, forte e feio “para além da troika”, vá de o PM e seu Governo prosseguir no “bom caminho” de educar os portugueses a deixarem de “viver acima das suas possibilidades”, pois que, como se sabe (desde 25/10/2011), “só sairemos da crise empobrecendo”.
Mas, no fundo, PM e seu Governo nunca se libertaram desse “obscuro objecto de desejo”, que são as (re)eleições.
E depois, as eleições, mesmo “lixadas”, aproximam-se e, pertinho, projectam o seu poder hipnótico. Em especial, naqueles que as mandaram “lixar”. A quem só resta mudança de táctica: do “sobreajustamento” para a subverdade.

E é assim que o nome deixa de ser “a coisa nomeada”: que “o país está melhor” mas as pessoas não; que – DEO gratias! - os portugueses “aguentam” um aumento de impostos que há meses se “acreditava” que “o país não aguenta”; que, no dia em que “não interessa um modelo de baixos salários”, se aumenta a TSU aos trabalhadores mantendo-lhes a redução real dos salários; que, mudando-lhe o nome e reduzindo-a ligeiramente (tipo “toma lá o chouriço e dá cá o porco”), se torna ordinária uma contribuição “extraordinária”; que, enfim, a única “saída” possível, a “limpa”, nem é limpa (mais dívida, mais desemprego, mais pobreza, mais desigualdades, menos direitos sociais, menos acesso a serviços públicos, mais as “sujidades” agiotas de uma “almofada” e de uma secreta carta “confortante” do FMI), nem, de facto, é uma saída.  

“Que se lixem as eleições!”? DEO gratias, eleições!

João Fraga de Oliveira

(PÚBLICO, 14/5/2014 – pag. 50)

 

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.