sexta-feira, 6 de junho de 2014

E DE NOVO O MEU GRITO …PORQUE DENUNCIAR É PRECISO.

“Babulal Gaur, ministro indiano, defende que a violação é um crime que "às vezes é certo, outras vezes é errado" e critica que os responsáveis sejam condenados à morte. Partido do Governo indiano já se distanciou das declarações.”
Fonte : Jornal Expresso

Por vezes fico na dúvida que estejamos no século XXI e que tenham passado 70 anos sobre a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS , adoptada e proclamada pela resolução 217 A (III) da  Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948.

Quando leio declarações como a acima reproduzida, proferida por um ministro de um país que assinou o diploma ( recordo que o mesmo foi assinado com 48 votos a favor , 8 abstenções e duas ausências ), reforço a minha convicção de que existem certos organismos internacionais que são apenas fachada para tachos, jogos de interesses e negociatas de âmbitos que na maioria dos casos é preferível nem sabermos.

Relembro que, embora não formulada como tratado, a DUDH foi expressamente elaborada para definir o significado das expressões “liberdades fundamentais” e “direitos humanos”, tornando-os obrigatórios para todos os estados membros.

Quando se consultam dados históricos sobre esta declaração, ficamos com a “tranquilizadora sensação” de que a assinatura da mesma e a fiscalização por parte nas Nações Unidas do seu cumprimento por parte dos estados membros, a tornaria numa poderosa ferramenta de pressão diplomática e moral sobre governos que violam qualquer de seus artigos.

Pois…mas não… não temos o menor motivo para nos sentirmos tranquilos porque grande parte dos países que assinaram a DUDH, não só a violam sistematicamente, como a violam com total impunidade, sem que a ONU lhes imponha qualquer tipo de sanções ou repreensões.

Este ministro indiano, ao proferir estas declarações, no mínimo deveria ter sido demitido das suas funções e a Índia que nos presenteia diariamente com noticias e imagens bem elucidativa de total desrespeito respeito pelos direitos humanos, neste caso das mulheres, já há muito deveria ter sido banida da ONU.

Na realidade e sem querer extremar posições, atrevo-me mesmo a sugerir que a ONU reveja não só a DUDH, como tenha a coragem de escrutinar, com ética, isenção e moral os países que efectivamente cumprem os preceitos aprovados na mesma. Se o fizer, estou segura que terá uma muito desagradável surpresa que porá em causa provavelmente até a sua existência.
Mas como o ser humano tem mais de cínico e de hipócrita , do que de humanidade e é bem mais “simpático” aprovar bonitas declarações do que depois zelar pelo seu cumprimento, resta-me o lamento de que o mundo se tenha tornado nesta mixórdia de Entidades e Instituições de fachada, que não servem para quase nada  e apenas dão um ar sério a coisas muito sujas e muito feias que entretanto se passam no mundo aos olhos de toda a gente.

Este ministro mete-me nojo…mas mais nojo me mete o gritante silêncio que estes temas geram junto das entidades que deveriam exigir e pugnar pelo fim destes hediondos crimes contra a humanidade.

Não sou de todo uma pessoa fundamentalista e até tenho investido muito do meu esforço de formação na compreensão de culturas diferentes daquela em que fui educada.

Não tenho nada de etnocentrismo e sou uma pessoa de mente aberta e receptiva à diferença, mas não tenho qualquer tolerância pela barbárie, de género ou de qualquer outra índole., por isso DENUNCIO.
Pode não valer de nada, mas é a minha consciência e a Mulher que há em mim, que reclama este grito e não prescinde dele sob pena de sufocar.

Hoje pelas mulheres Indianas, mas com o rumo que o mundo está a tomar, quem sabe se dentro em breve não teremos que o fazer, também por nós.


Pensem nisso e por favor, não se calem.

3 comentários:

  1. Sem dúvida:
    - é necessário denuuciar.
    - é necessário repetir.
    - é necessário não calar.

    Augusto

    ResponderEliminar
  2. Enquanto eu tiver voz e me deixarem falar e escrever, esteja certo que não me calarei.
    Bem haja
    Graça

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tem toda a razão do Mundo a sua indignação é mais do que justa. A barbárie seja onde fôr que aconteça exercida sobretudo sobre crianças e mulheres, deveria deixar o Mundo envergonhado,e por isso todos somos poucos para a denunciar , repudiar e condená-la. Força para todas as Graça deste mundo que não se calem! Receba um abraço solidário.

      Eliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.