sábado, 19 de julho de 2014

Jogos do Poder

‘Jogos do Poder’ é o título de um livro de Paulo Pena, jornalista e repórter do PÚBLICO, em cuja capa logo está escarrapachado o seguinte desabafo: toda a verdade sobre os bancos portugueses e a forma com criaram a dívida que todos temos de pagar.
E, no seu introito, se a isso pode ser chamado, temos lá um pequeníssimo excerto, tirado de uma longa entrevista que Giorgio Agamben, filósofo italiano, deu em Agosto de 2012.
Ei-lo, o excerto: 'Deus não morreu; transformou-se no dinheiro. O Banco – com os seus peritos e autómatos sem rosto – tomou o lugar da Igreja e dos padres, e através do controlo do crédito (até emprestando dinheiro ao Estado, que abdicou da sua soberania flagrantemente), manipula e gere a fé – a escassa e incerta fé – que ainda subsiste no nosso tempo'.

Depois, o Governo do Passos e do Portas, mais o grupo que acolita o inquilino de Belém, ele mesmo, bem como os porta-vozes deles mesmos, colocados em vários órgãos da Comunicação Social ou em outros postos de comando, afrontam-nos incessantemente com slogans propagandísticos e altamente insultuosos de que: somos piegas; maus profissionais; que vivemos acima das nossas possibilidades; se não temos emprego, que o busquemos fora de portas, emigrando, porque não são os nossos paizinhos; que é altamente criminoso pedirmos o aumento do salário mínimo; que eles, sim, merecem tudo que ganham e que nos roubam; que somos uns biltres mal-agradecidos; e outros epítetos gramaticais cada vez mais baixos.

Pergunta final: será que merecemos isto, ou ainda muito mais?

José Amaral

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