Podemos dirigir a pergunta a nós próprios, aos outros leitores e,
obviamente, aos directores dos jornais.
Pus-me a pensar: para mim, estas cartas servem para quê?
Será que têm de servir para alguma coisa? É um hábito? Sinto-me melhor
comigo mesmo se participar com a minha opinião. Mesmo que não tenha tempo para
escrever, existe sempre um pensamento que me suscitam as notícias, ou uma
leitura rápida pelos jornais em papel ou online, mais recentemente. Servem até
como passatempo, como exercício mental e criativo! É um prazer para
muitos de nós.
Para os outros leitores, estas cartas servem para quê?
Na minha opinião, saber que há leitores que continuam a escrever, é
sinal de que estão com saúde, que estão aí, que continuam a preocupar-se, que
«querem saber disto», que querem ajudar a corrigir algo.
Servem para conhecer outros pontos de vista, muitas vezes interessantes e
nunca tidos em conta, nem pensados, nem imaginados, sequer.
Servem para alimentar ideias! Servem para sabermos que não estamos sós... Servem
para motivar outros leitores a iniciar-se e a ter também coragem para a
participação cívica através da escrita e não só. Escrever, compromete!
Servem para nos responsabilizar com o mundo à nossa volta. Não está certo
apontar o dedo e não fazer nada. Há que escrever e fazer, entrar em acção,
mesmo sentados frente a um computador!
Servem para mostrar que os portugueses pensam e estão atentos! E são cada
vez mais os que dirigem as suas cartas às redações dos jornais. Servem
como exemplo.
Resumindo, continuem a escrever, porque eu leio as vossas cartas! E não sou
só eu, evidentemente...
Para os jornais, servem para quê?
Não sei. Porque não dizem em carta editorial? É um serviço aos leitores?
Entretanto, fiz rápida pesquisa e encontrei imediatamente um texto curioso
sobre as cartas à directora, datada de 2012, do ex-provedor do leitor do
Público. Da leitura retiro: Há mesmo futuro para as «cartas à directora» ?
Existiu e existirá sempre "uma escolha criteriosa da correspondência
dirigida ao jornal"? "É ele próprio um espaço de referência, um
indicador fiável da pulsação de uma opinião pública informada e plural"?
De facto, as cartas de opinião do leitor servem para tudo que no texto da Céu está expresso. Mas, indo um pouco mais longe e pedindo desculpa de tal desvario, direi que: se não escrevo, não respiro. Assim, um dia, se tal não fizer, é porque estou jazendo em campa rasa.
ResponderEliminarOs nossos jornais, quase todos, continuam a considerar as chamadas "Cartas dos leitores ou aos Directores", como um mal-ncecessário.....se possivel acabariam com este espaço......até prova em contrário, depois de todos estes anos, é esta a m/ opinião.
ResponderEliminarAugusto