sábado, 13 de setembro de 2014

Fotografias de ocasião a mais

(DN 12.09.2014)

Em todas estas reuniões que persistentemente acontecem, seja da “dita” União Europeia, seja do G8 a G20, seja Nato, seja o que mais possa ter que ser, há sempre, como até nos nossos Conselhos de Ministros, uma sessão de fotografias. Será assim um momento tão indispensável, ver-se toda aquela gente a alinhar-se para o boneco? Aquilo depois vai para onde? Memória futura ou orgulho presente? Arquivo morto? Alguém se lembrará, a não ser os próprios se ainda estiverem vivos, destas fotografias daqui a meia dúzia de anos? E das que aconteceram há 5 ou 6 anos?

Por certo haverá cada vez mais que ter memória, ainda para mais num tempo em que se tenta a todo o custo que a mesma tenha pouco mais que duas semanas, mas esta necessidade “tão exagerada” de andar sempre a perfilar “os importantes” para o retrato, não estará a roçar um pouco o exagero? Não será mais um contributo para a frivolidade destes acontecimentos?

Não seria mais conveniente, tudo ser melhor feito, com resultados muito mais concretizáveis e com muito menos espectáculo?

Não seria de, no caso de ter que haver fotografias, para mais tarde recordar, serem tiradas já e só no local das reuniões, no início das mesmas, e nada mais. E ficariam essas para a tal memória futura de trabalho, e inerentes possíveis resultados!

Parece que há uma necessidade de mediatizar ao excesso, “tudo e nada”. E já nem se fala em “selfies” – convém aqui e agora, usar o termo em voga,- que hoje são feitas por telemóveis que se tiram a si próprios, e que há tantos anos era feito com máquinas fotográficas que até tinham um dispositivo próprio para o fazer, mas única e exclusivamente mente quando não havia quem o fizesse, e só para uso pessoal. Hoje repetem-se às de ocasião exageradas e permanentes!

Toda esta rapidez de tanto retrato, faz com que o mesmo valha tão pouco, que por certo a não ser para consolo do ego dos próprios, não mais será visto, passadas as 2 semanas da praxe.

Talvez mais sobriedade em tudo, mais recato, menos retrato, fosse o início da passagem a um tempo diferente e evidente muito melhor, mais construtivo e com menos espectáculo!

A. Küttner de Magalhães

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