quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Não nos esqueçamos da Líbia (PÚBLICO 18.09.2014)


Não nos esqueçamos da Líbia (PÚBLICO 18.09.2014)

 
A Europa continua a navegar à vista em todos os aspectos, que não só no económico, e sempre a contar com o véu protector dos EUA. Os políticos europeus — todos — com o apoio ou cobertura da comunicação social, ou o inverso, andaram vislumbrados com Israel e Gaza, antes a Crimeia, agora

a Ucrânia e a actual Rússia ex-Soviética, e também o estão com o Estado Islâmico.

 

Sendo evidente que são situações mais ou menos “encostadas” à Europa, de guerra num tempo que se esperava de paz, e para as quais, desgraçadamente, não temos o mínimo de ideias coerentes e colectivas.

 

E estamos, mesmo assim, todos esquecidos de algo aqui tão próximo, que é “só” do lado de lá do

Mediterrâneo, a Líbia.

Líbia, que está um país transformado por grupos demasiado extensos de tribos, que querem ver se conseguem tomar conta dos recursos e rendas do petróleo.

 

E como o ditador Kadhafi — até dada altura muito acolhido, face ao petróleo, por demasiados países mundiais, entre os quais bastantes europeus — tinha o país construído em torno de si próprio e dos seus, quando foi eliminado, tudo evidentemente desapareceu. (...)

 

E, para além da tragédia local — em vidas e mortes, e destruição — as mortes que mais irão acontecer no Mediterrâneo, de pessoas em fuga para o continente europeu, como já vem a acontecer infindavelmente em Lampeduza, e teremos fanáticos aqui, do outro lado, tão perto, quer por ideais, quer por desespero, quer pelo que possa ser, a guerrear-nos.

 E nós, feitos esquecidos, distraídos, andamos às voltas com uma
burocracia infinita na Europa (...)

 

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

 

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