terça-feira, 30 de setembro de 2014

Os políticos ( jornal “i” 29.09.2014)


Os políticos ( jornal “i” 29.09.2014)

Lamentavelmente, neste tempo em que o nosso País regrediu, voltou à pobreza depois de termos, tantos, achado que éramos muito ricos, destapam-se podres que dinheiros fáceis, encobriam.

Como o dinheiro entrava sem qualquer esforço, era de imediato gasto onde mais jeito desse, deu para que, quem foi mandando em cada ocasião dar um aspecto de normalidade e riqueza contínuas.

Os cargos políticos desde Governações, Autarquias e todas as Oposições – sem excepções – eram muito bem remuneradas e tinham pagamentos de despesas várias e mordomias acrescidas, até automóveis para todo o uso, dado que a política podia-se-lhes acabar e tinham que ter que aproveitar. O que também implicou reformas bem abonadas, com pouco tempo de exercido efectivo da função.

E, como apesar de pública e publicadamente, todos que não fossem do mesmo partido politico tinham que parecer sempre zangados e desentendidos, fora da visibilidade lá se entediam, lá se conversavam.

E, como o País é um pouco como uma aldeia, todos se conhecem, ou conhecem alguém que outro conhece, e os interesses de uns beneficiavam outros e no fundo todos se entendiam, como facilmente agora se vai tudo descobrindo. Mas em simultâneo a inveja esteve sempre muito latente, e agora na pobreza vem mais ao de cima.

E, a política de um lado e de outro, passou a profissão, e todos se foram “por lá” eternizado, ou conseguindo lugares “cá fora” que se não estivessem lá antes, nunca conseguiram, e, foi um tempo de luxos para quem nestes meios conseguiu viver.

Agora, que o País voltou ao seu estatuto de “não rico”, não tendo conseguido como deveria ter, construído uma economia sólida e sustentável, com futuro, e com uma dívida que cresce a cada dia que passa, dado que nada é feito de facto para que assim não tenha que forçosamente acontecer, agora destampa-se os podres de outros tempos.

Como o presente e o futuro dos políticos já não é a delícia que foi, já não dá tanto, já não dá espaço para todos, andam-se a descobrir carecas – a tal inveja – e de repente, raro é o que por lá passou ou ainda por lá ande, que se tenha portado como se esperava devesse tê-lo feito.

E temos hoje o país a desfazer-se ainda mais, um desanimo geral, uma falta de esperança generalizada, nada de positivo acontece, nem sem ser por milagre ou salvação aparecem figurantes que melhor trabalho nos possam fazer, deixando emigrar todos, todos estes que já por cá passaram durante estes anos e não deram conta do recado, bem pelo contrário, parece que sem excepções!

A. Küttner de Magalhães

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