quinta-feira, 2 de outubro de 2014

frança recusa austeridade

Esta notícia, veiculada hoje pelos órgãos de comunicação social europeus, traz à colação mais do que o seu significado imediato. Na verdade, o que se deve revelar, pelas palavras finais do ministro das finanças francês, Michel Sapin, quando afirma que a França recusa a austeridade e que, por isso, não cumprirá, em 2015, os limites para o défice público fixados pela União Europeia (3% do PIB), mas antes em 2017, o que se deve relevar, dizia, é, lastimavelmente, uma construção europeia baseada em dois blocos distintos. De um lado, encontram-se os países mandantes, que conseguem ter voz; do outro, os países mandados, que são, por inerência circunstanciada, potencialmente mudos. Exemplo disso é, não só a atitude cumpridora da França perante os seus cidadãos, como também o ponto de vista autoritário da Alemanha, que se apresentou, célere, com uma posição contra, deixando adivinhar que será uma voz proeminente nas discussões, em Bruxelas.
Apesar de sermos um país pequeno e insignificante para a macroeconomia europeia, não devemos seguir o caminho da subtração mental que este Governo tem optado. As diversas vozes, na União, devem ser equitativas. As ideias - as grandes ideias - não saem somente de países grandes e economicamente relevantes. Conseguintemente, é através delas que os pequenos se tornam grandes e os grandes, pequenos. A história tem-nos ensinado muita coisa a este respeito.

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