quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O nosso Mundo

Tempos de confusão

Isto não está a ser fácil. Mesmo nas pequenas coisas há uma certa sensação que o mundo está de pernas para o ar.
Muitas empresas e bancos têm campanhas de sensibilização para termos facturas e extractos electrónicos e para evitar talões pois é uma maneira de pouparmos papel e portanto árvores. Mas, entretanto, o nosso governo quer facturas por tudo e por nada e para nos motivar até sorteia carros de altíssima gama. E também temos a caixa do correio cheia de folhetos a anunciar os produtos em venda, produtos que todas as semanas mudam de preços. Por um lado são montes de papel (e árvores) que os outros dizem para pouparmos e alguns distribuem aos montes. Aqui uma pausa: claro que estes folhetos dão trabalho a alguma gente.
Depois temos as campanhas para nos sensibilizar a não lavar a loiça ou roupa peça a peça com água corrente e até os dentes devem ser lavados com a ajuda de um copo para não se desperdiçar um bem escasso. Mas depois até os bombeiros andam a tomar banhos em nome duma angariação de fundos que podia ter outra maneira de sensibilizar os exibicionistas.
Agora está na moda decretar que as autarquias e outros serviços públicos devem despedir funcionários para diminuir as despesas do Estado. E lá vem uma data de gente para a rua, alguns com subsidio de desemprego outros que mais tarde ou mais cedo terão de ser ajudados por outros subsídios ou pelos cabazes de solidariedade. E nas repartições os que lá ficam acabam o dia exaustos e as pessoas levam imenso tempo para serem atendidas. E a aparente poupança nos orçamentos públicos acabam afundados nas parcelas do apoio social.
Há tanto tempo que não se via tantas ervas nos passeios que a tempo e hora não foram pulverizadas e com as novas chuvadas estão muito viçosas.á muito tempo que não se via tanto lixo nas ruas Há E os lixos, e as ruas por varrer?
  E esta peste de aumentar os horários? AH! É funcionário público é para trabalhar mais horas. Este aumento de horários é também uma maneira de responderem ao um “conceito” de menos trabalhadores e mais tarefas feitas. E para darem exemplo estão uma quantidade de horas a fazerem um orçamento que depois se verifica que para sair assim não precisava de tanto tempo pois é a mesma coisa de sempre.
Eles não sabem que no tempo que estamos cá neste mundo também precisamos de rir? Precisamos de olhar as flores e o azul do céu e ter tempo para os filhos e até para ver os programas infindáveis dos comentadores de futebol? Eles precisam de saber que o homem precisa de tempo para sonhar. Quem poderá explicar isso aos governantes?

Jornal Costa do Sol - "Palavras e Sonhos" - 22/10/2014



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