segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Para onde caminha Portugal?

Num distendido exercício de filosofia de bolso, centrado no paralelismo "meninos ou frágeis plantas de hoje requerem bom trato para se tornarem responsáveis adultos no amanhã quais árvores firmes e sadias", tive a oportunidade de escutar realidades desesperantes. Uma criança, com quatro anos, a espetar um garfo no rosto de um colega da mesma idade, em plena refeição num jardim-de-infância; outra, com a mesma idade, a urinar para as pernas de um colega antes de entrar numa aula de natação; uma outra, de seis anos, a esfaquear a mão de um colega durante o almoço num estabelecimento do 1º ciclo. Casos semelhantes (seguramente que muitos outros haverá, de igual ou maior gravidade, pouco ou nada divulgados) sugerem-me uma sociedade que, não investindo em antídotos a uma brutalidade que vai grassando em sofisticação através de agentes de idade cada vez mais baixa (4 anos!), caminha para a decadência. Panorama assustador porque espelho de uma passividade generalizada e, mais grave, revelador de uma impotência colectiva na preparação de gerações expurgadas de violência. O que será de nós, portugueses, que não acusamos qualquer preocupação perante estes sinais de extrema gravidade? O que será destas jovens vítimas? E destes imberbes agressores? Para onde caminha Portugal?

Artur Bastos

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