terça-feira, 11 de novembro de 2014

A DATA DAS ELEIÇÕES E A LEGIONELLA PNEUMOPHILA



À luz da Constituição a data das eleições vai ser cumprida. A menos que aconteça uma crise política, ou um surto incontrolável de legionella pnemophila, muito por culpa das gotículas e dos vapores dos duches do banho. Só uma dessas duas situações de contágio pode alterar a data, se bem que a segunda não esteja expressa na Lei fundamental.

No caso das eleições, a Constituição tem uma luz própria – com muitos lumens - ilumina todos e não deixa dúvidas. Noutros casos, quando a luz é fosca, luz de presença que não deixa ver (e entender) com nitidez as letras todas, atamanca-se a leitura.

As leis são processos de interpretação dinâmica, podem ser vistas com diferentes candeeiros, e veem-se melhor ou pior, consoante a intensidade da lâmpada e os olhos postos nelas.

No palácio do Factor X  há várias luminárias. Alumiando umas, ou apagando outras, assim ele vê os objectos ou os conceitos que povoam a sua mente, com mais ou menos luminosidade. Depende também dos dias, da disposição e de uma inquestionável equidistância.

Um exemplo de visão: a Constituição vista à luz de uma crise política, leva a um esforço acrescido no olhar, abajours mais potentes, e mesmo focando o olho – e logo a atenção - origina um lacrimejo e brotoeja na vista, o que dá dores de cabeça incómodas.

Na miopia do X só há crise política se a oposição não quiser entendimentos. Fugas para o estrangeiro e deixar todos pendurados, distribuir medalhas a apaniguados de pacotilha, aconselhar investimento de poupanças nos sacos dos meliantes, tudo isso é só uma leitura enviesada, devido as cataratas.

 O Factor X já não tem idade para ver sem óculos, mas tem quem veja por ele.

Sobre a Legionella pneumophila há pouco a dizer e nem sequer está considerada na Constituição: não parece que resista até ao próximo ano, é um fenómeno infeliz que a causar muitas vítimas não vai atingir os balneários institucionais, entretanto desinfestados com lixívia.

Alguns jornalistas perguntam se há mão humana neste surto. Nada indica que os Jhiadistas (não se fique com ideias de perguntar ao ministro: que ele diz!) de Monte Abraão tenham uma célula organizada a actuar em Portugal, e a própria pergunta – de per si – é muito fraquinha.

Voltando às cataratas, vulgo visão turva: relativamente a um lampejo de eleições antecipadas, mesmo que olhadas com o apoio da luz ofuscante da mesa de cabeceira do X, ou votamos nos mesmos (há outros por aí?) e em maioria, ou então a sua interpretação da Constituição diz que não há governo. E se ele o diz e amua não há nada a fazer.

A lei fundamental é para cumprir assim como a data das eleições,  a colecta dos tostões em parte incerta do BPN, a criminalização ou não na história da Terceira Pessoa da Trindade , a igualdade de direitos e deveres tributários de todos os cidadãos  - públicos ou privados - e a própria da legionella pneumophila - que não tendo sido convidada a imiscuir-se sem mais nem menos na pacatez dos tempos de espera da triagem de Manchester,  não deixa de ser um assunto sobre o qual o X também se debruça.

A Constituição deve ser bem lida seja à luz da vela, do petromax ou do candeeiro Philip Starck.


Daí a necessidade imperiosa de se investir em Portugal na formação de bons oftalmologistas, ou então aumentar o tamanho da letra da Constituição.

1 comentário:

  1. Há muitas alimárias nas escadas do poder. E por mais que as letras sejam, elas nada entendem.

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