CENSURA NA INVESTIGAÇÃO SOCIAL EM PORTUGAL - DEMOCRACIA DOENTE...

Nem queria acreditar que isto tivesse sido possível numa instituição de reconhecida isenção científica como sempre foi o Instituto de Ciências Sociais e que conheço bem.

Estudei no ISCTE, paredes meias com o ICS que à época coexistia no mesmo edifício e sempre nos foi transmitido o "bichinho" da investigação integro, ético sem censuras nem pré-conceitos. Não se pode, aliás fazer investigação sociológica séria se existir censura prévia.

Enquanto socióloga não posso deixar de repudiar veementemente este gesto da responsabilidade do senhor director do ICS e atrevo-me a dizer-lhe que é o seu gesto e não as imagens que acompanham o ensaio científico em causa, que é " chocante e ofensivo".

Quanto ao gosto, senhor director, atrevo-me a especular que o senhor não deve perceber patavina de investigação social, senão saberia que o "gosto" não é variável de estudo em ciências sociais, pelo que o " mau gosto das imagens" é preconceito e juízo de valor seu.

Muito mal vai irá investigação social em Portugal , se a moda pega.
Coisa mais triste.

Felizmente o director da revista, João de Pina-Cabral,meu querido professor foi avisado na segunda-feira pelo infeliz

director do ICS de que actual edição seria retirada de circulação por conter “matéria ofensiva que prejudica o bom nome do ICS”, indicando o ensaio em causa. Em comunicado divulgado esta quarta-feira, Pina-Cabral e os membros do conselho redactorial que nos últimos 3,5 anos dirigiram a revista dizem discordar “profundamente deste acto, que associam a um gesto de censura”, e a uma “ingestão sobre a isenção científica da revista”.

OBRIGADA PROFESSOR.