sábado, 20 de dezembro de 2014

A vida espera de nós

Há uns dias, o PÚBLICO agradecia aos seus leitores, distinguindo as mais variadas maneiras de ler o jornal.
Eu leio da última página para a primeira, sem o ler de fio a pavio, e também sou daquele grupo de leitores que , de vez em quando, releio notícias com dias e meses em recortes.
É o caso da crónica de Frei Bento Domingues do passado dia 30 Novembro: «Melhor do que esperar é ser esperado», a propósito do primeiro Domingo do Advento. Sublinhei, entre outras palavras, o seguinte: "A virtude do Advento é a esperança.(...) Essa pequena esperança que parece não ser nada [Péguy] (...) A esperança merece todos os elogios. Sem ela é impossível viver. Mas melhor do que esperar é ter a certeza de que somos desejados e esperados."
Terá o Frei Bento Domingues lido O Homem em Busca de um Sentido (Lua de Papel) do psicoperapeuta Viktor Frankl, que sobreviveu a Auschwitz? 
Não consta das suas notas bibliográficas do referido texto, mas não consigo deixar de encontrar semelhanças. Frankl narra a sua experiência nos vários campos de concentração por onde passou e, sobretudo, as suas observações do sofrimento dos outros prisioneiros: "Sempre que havia oportunidade (...) era necessário dar-lhes uma razão, uma meta para as suas vidas (...).Pobre daquele que não via sentido na sua vida (...). Em breve estava condenado. (...) Tínhamos de aprender e, mais do que isso, tínhamos de ensinar aos desesperados, que não importava verdadeiramente o que esperávamos da vida, mas antes o que a vida esperava de nós. Precisávamos de deixar de perguntar pelo sentido da vida e tínhamos, em vez disso, de pensar em nós mesmos como aqueles que estavam a ser questionados pela vida - em todas as horas de cada novo dia."
Bom Natal para todos! E um ano de esperança! A esperança que temos no mundo e a esperança que o mundo tem em nós!

2 comentários:

  1. Quando se pensa a vida na sua profundidade e plenitude, sucede que muitas vezes vamos ao encontro de pensamentos e ideias semelhantes às de outros, sem ter sido necessário tê-los lido. Aliás, duma certa forma, já tudo foi dito, e algumas vezes escrito, em épocas e momentos diferentes, por pessoas diferentes. Pouco há de novo no sentir humano. Nós, muitas vezes, citamos palavras, ou pensamentos, de alguém que não fez citação de quem anteriormente as proferiu. Logo, Frei Bento Domingos, pessoa que muito admiro pela sua luta aberta em defesa dos valores e do seu semelhante, não tem necessariamente de conhecer o pensamento do psicoterapeuta Viktor Frankl para defender princípios de solidariedade e compreensão. Um BOM NATAL para todos.

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