sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

em O LIVRO EM BRANCO - página 61

As gentes da minha terra

As gentes da minha terra
têm verões de fogueira
e invernos de solidão.

Os seus actos não têm fim:
suam, vergados p’rà tumba,
sem palavras de ocasião,
só lindas de ser ouvidas,
estéreis, ocas de tudo.

Os seus actos não têm fim:
labutam como a formiga,
não cantam como a cigarra,
pois só contando consigo,
terão tudo, menos parra.

Nota: poema anterior a outubro de 1988


José Amaral

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