domingo, 1 de março de 2015

Bons alunos?

Concordo com a Ministra das Finanças. Não há vergonha em ser bom aluno, e há que orgulhar-nos do que fazemos melhor que os outros, mas receio que as nossas definições de bom aluno difiram substancialmente.
alunos adultos numa sala de aula, no quadro o professor escreve 'povo'
CC-BY-SA  André Koehne

Bom aluno não é capacho de professor. Meloso, pronto a dizer sim a tudo, servil, a denunciar qualquer tropelia do aluno lá do fundo da sala.

Bom aluno não é basbaque. Aplicado a cumprir toda a ordem dada pelo professor, a replicar todas as tarefas; mas que se zelosamente tenta ir mais além, então se revela incapaz, porque copiará bem mas entendeu mal.

Bom aluno, ouve a lição atentamente, respeita o professor, respeita os colegas, cumpre com as tarefas. Naturalmente. Bom aluno, mesmo bom aluno, pensa, usa a própria cabeça. Bom aluno, provoca o professor, no sentido positivo. Provocação que incita a uma resposta inteligente, que desafia a seguir caminhos diferentes. De tal forma que no final da aula o aluno aprendeu - ao invés de copiar e imitar mal - e também o professor evoluiu - ao invés de continuar na mesma lengalenga monótona.

Pois sim, deveríamos ser bons alunos! Quem me dera!

(Público, 2015-03-07)

1 comentário:

  1. De facto, não basta sermos apenas bons alunos, Temos de ser mais do que isso. Mas quantos bons alunos 'submergiram' por obra e graça de muitos mais alunos?

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