segunda-feira, 6 de abril de 2015

CANDIDATOS PRESIDENCIAIS





O que o oráculo de Delfos quis dizer quando disse que “ Sampaio da Nóvoa pode gerar divisões no PS ” foi um conselho paternalista às massas acéfalas que votam, para não votarem num ser alienígena, oriundo da galáxia dos não arregimentado,seres excêntricos,sem controlo. Não se sabem, não se medem, temem-se mesmo, os danos que podem vir a causar ao doce e suave far niente dos jogos controlados  pinga-pinga da maionese política.

Mesmo não indo à bola juntos, o oráculo prefere o professor. Quer dizer: amor de cabeça perdida,era o belga – seguindo na linha de mando do algarvio, que numa sessão espirita de búzios, viu para o país o regresso de um líder, pródigo em idiomas e com visão “shark tank” = empreendedor-predador de papalvos.

Pena é D. Sebastião estar fora de prazo, deu-lhe para nunca mais aparecer.

Numa abordagem ternurenta, o oráculo é um vidente que pelo menos nos poupa ao aborrecimento do encómio interminável de livros que nunca leu nem irá ler, e à cansativa e arrastada rubrica que se arrisca perpétua. Muita salivação, mas nunca se viu nada.

O que o oráculo anunciou, com outras razões que nem o dito intuiu das sessões conjuntas de búzios foi: o reitor pode gerar divisões no partido rosa pálido (que deveria fazer análises – à primeira urina da manhã - anda anémico) porque não sabe o que fazer com ele.

Se nem o seu CEO (também um sorridente empedernido) sabe o que vai fazer amanhã depois do vazio de uma câmara não tão bem gerida assim e passada de mãos ao melhor estilo de monarquia consaguínea, como pode subscrever em dívida de médio prazo as aleivosias possíveis – e desejáveis - de um cidadão quase comum?

Outros seres maneirinhos e de fácies queridos, continuam a alimentar o eterno limbo de esperança, que no dia de “São Nunca” vão rasgar as penumbras do nevoeiro, armados de lanças acutilantes cavalgando mulas como heróis.

Atiça-se o povo com essas novelas, mas o povo vota no colunista de Domingo, porque se confunde com os “reality show”, está tudo no mesmo canal: um “pograma” a seguir ao outro num automatismo mecânico que dispensa o dedo para clicar o “comando” da televisão – o comando é o melhor amigo do homo broncus contemporâneo.

O senhor reitor é um sonho: ainda maior do que o das legislativas, mas é uma utopia de desfecho frustrante eminente.

Para enfarilhar ainda mais as cabeças pode por aí aparecer,à última das horas,  o rapaz do sorriso “pepsodente”. Esse sim, o camaleão, o presidente-monarca-luz ofuscante. “Irrevogável” seria uma palavra para a sua campanha. Poucos entendem o seu significado, mas é uma palavra linda de se ver nas bandeirolas esvoaçantes e nos hinos uníssonos e afinados das juventudes do clube.

Se ele avançar, o colunista empedernido não avança. Bom seria mesmo o Nóvoa, mas o povo gosta mais das televisões sensacionalistas…


3 comentários:

  1. Mais uma vez uma análise ao social carregada de simbolismo e de beleza estética. Parecendo um jogo de palavras é de profundidade tal que os menos preparados não conseguem apreender. Cada um é para o que nasce, como diz o fado, e o Luís nasceu para ser um escultor de frases de alto relevo. Parabéns! Eu, português desiludido, se tivesse que votar, votava no Nóvoa, porque não aceito qualquer dos outros de que se fala (à excepção do H. Neto), que, se não são nódoas, andam lá por perto.

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  2. Gosto de ler tudo que escreve. Muito bem escrito e soberbamente bem apresentado e explicado.

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  3. Obrigado pelas palavras. Abraço forte

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