Os coveiros do mediterrâneo

A gigantesca máquina mediática projeta globalmente a tragédia do Mediterrâneo. Naturalmente, toda a gente lamenta, e diversas carpideiras vertem lágrimas de crocodilo, mas a esmagadora maioria dos comentadores e escribas do sistema não põe o dedo na ferida. Não o aponta aos culpados que são os seus patrões. Os donos da gigantesca máquina. Os donos de meio mundo. A grande maioria dos desgraçados que procuram pão e paz e que acabam morrendo atrozmente, são provenientes da Líbia e da Síria. Dois dos países da região até há alguns anos, dos mais tolerantes em matéria de religião e com melhor nível de vida. O primeiro está num caos. Esfrangalhado por grupos de fanáticos criminosos que se degladiam pelo poder, assassinando quem não se lhes submeta, quem professe outra religião, ou que não faça a leitura criminosa do Alcorão como eles fazem. Mas quem é que abriu caminho a esta escumalha e porquê? Foram as “democráticas” França e Inglaterra com o apoio do chefe de orquestra, os EUA,depois de maciços bombardeamentos. O porquê? Quem é que desconhece as importantíssimas jazidas de petróleo e gás natural daquele país? E quem é que também não sabe que Kadafi deixou de lhes obedecer? Quanto à Síria, não a bombardearam, mas deram todo o apoio, com o império ianque à cabeça, aos monstros da Al qaeda e do Estado Islâmico. Monstros, que agora lhes perderam, em parte, o controlo. Em relação ao Iraque, de onde vêm muito menos porque é muito mais longe, aí não estiveram com meias medidas, depois de diabolizarem devidamente Saddam Hussein, entraram por ali adentro, escavacaram tudo e fizeram quase um milhão de mortos. Portanto, são estes, os responsáveis pelo drama dos náufragos que morrem aos milhares. São estes, os coveiros do Mediterrâneo. Os hipocritamente auto-denominados defensores da democracia e dos direitos humanos: o imperialismo norte-americano e os seus aliados.