domingo, 10 de maio de 2015

Sejamos sérios

Sejamos sérios - Publicado no i de Sábado

No consulado de Salazar a taxa de analfabetismo era de tal ordem, tão vergonhosa a nível europeu, que o então secretário de estado, Veiga de Macedo, instituiu a educação para adultos para que os cidadãos pudessem fazer as mais rudimentares operações aritméticas, e pelo menos soubessem desenhar o nome nos documentos. Com o 25 de Abril veio uma euforia de ensino pelo país, a democracia, a liberdade de expressão e de imprensa, vieram as eleições livres, enfim mudou o regime político. E o povo? O que ganhou com esta mudança? Sejamos sérios; a herança cultural da ditadura fez o povo refém dos sindicatos politizados, das manifestações politizadas, das palavras de ordem, dos comités de greve, embora tenha ganho o direito à greve, votar, falar livremente, mas como mais? Os sindicatos fazem greves para medirem percentagens de adesão, os votos são nos partidos não nas pessoas, os governos tiram regalias, pensões, carregam nos impostos, o ensino e a saúde pioram, o que valem as manifestações? Não estará o povo sujeito a uma democracia musculada, parecendo uma ditadura? Enquanto a instrução não trouxer os valores e a competência  para  governar em democracia a bem do povo, isto vai mal.

Duarte dias da silva

1 comentário:

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