sábado, 14 de novembro de 2015

ACABOU O COMPROMISSO POLÍTICO!



Iniciado um novo ciclo político com a "habilidade" de António Costa (AC) em transformar uma derrota nas urnas numa vitória de um eventual governo, quero prestar uma homenagem aos dirigentes do tão "maldito" arco da governação. Com o à-vontade e autoridade moral de nunca na vida, nestes últimos 40 anos, ter votado PS ou em dirigentes socialistas, quero aqui penitenciar-me e louvar sobretudo Mário Soares e António Guterres, Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, que como governantes ou na oposição souberam governar e deixar governar executivos minoritários na AR. É compreensível que eu tenha pensado, que 40 anos de democracia seriam suficientes para afastar tiques e tentações totalitárias. Mas vejo agora que é ainda pouco tempo, para nos habituarmos de novo ao compromisso. Este, quando guiou os governos e dirigentes políticos antes referidos, foi provocado, não foi aceite á partida. A aceitação do compromisso, que eu saiba, é apenas apanágio de democracias mais antigas, como as do Reino Unido e dos EUA. Nestas duas grandes e velhas democracias, é possível existir compromisso sobre as mais importantes matérias de Estado, como a Defesa, a Política externa, a Segurança Nacional, e muitas vezes o equilíbrio orçamental. AC virou a mesa da política do avesso. E que saudades que os socialistas do tempo de Mário Soares e Guterres (e eu próprio), temos dos tempos em que o compromisso era essencial, e que as políticas do governo minoritário em funções, tinham de ser negociadas e amenizadas com a oposição. O País e os cidadãos ganharam, mas isso agora acabou. AC fez-nos revisitar os tempos do "nós ou contra nós", enfim do preto e branco na política. Do ressabiamento, da vingança, do mau estar, mesmo entre amigos e familiares. Espero que o Presidente pondere tudo como deve, e tome a melhor decisão em nome do interesse nacional, e que os cidadãos, democratas mesmo, a aceitem e respeitem. Dos outros, a História não falará.

1 comentário:

  1. Caro Sr. Manuel Alentejano,
    Mais uma vez tenho de pedir desculpa por não ter observado a distância temporal entre textos. Acontece que enquanto estava a fazer o post acima entrou o seu.
    Aproveito para lhe dizer, como saberá por opiniões minha já aqui feitas, que estou completamente de acordo consigo nesta matéria.

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