quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Portugal e os Descobrimentos (V - continuação)


Compatriotas,

Em Janeiro de 1988, por iniciativa de O Comércio do Porto, levou este jornal diário a efeito um certame intitulado ‘Portugal e os Descobrimentos’, em que os leitores poderiam dar o seu contributo, através da rúbrica ‘Rota dos Leitores’.
Contribuindo com muitos trabalhos, quero convosco compartilhar uma pequena parte dos mesmos e que foram publicados pelo citado jornal nortenho.
Assim, transcrevo-vos parte do que de meu nele foi publicado em 16/4/1988:

  DUPLA QUESTÃO
DA NOSSA HISTÓRIA

Foi a Odisseia Quinhentista
O ponto alto da nossa História;
Terá valido a pena tão vã glória
Se nada avisto de tal conquista?

“Novos mundos demos ao mundo”,
Novas raças encontrámos,
Rotas perdidas achámos
Em eixo comercial fecundo.

Ao real da quimera
Foi fervura momentânea
Do nosso passo abismal.

Séculos perdidos d’espera
Em obra tão consentânea
Foi um marco sem igual.
            …………….
E agora que nos resta
Da obra fecunda – generosa,
Da fé profunda – fervorosa,
Do penar duro que cresta?

Vilanias, traições e arruaça,
Orgias por de mais na devassa
Feriram-nos na génese da raça
E despiram-nos de tudo na praça.

Mas não condenemos o passado
Cobrindo com ele o presente,
Assim continuaremos eternamente

Num país triste e cansado
Em vez d’um Portugal crescente,
Onde possamos viver alegremente.



“O COMÉRCIO DO PORTO”:
      NOSSO ARAUTO
     “QUINHENTISTA”

Quinhentos anos volvidos
Estamos a festejar
Os feitos dos navegadores
Pelos mares a velejar.

Feitos ímpares eles fizeram
Em rotas difíceis, sem fim,
Desbravaram o mundo,
Esticaram-no sem fim.

Mas hoje o nosso arauto
Encontra-se em bom porto
Na terra do Navegador:
É “O Comércio do Porto”
Que tão bem tem divulgado
Os feitos das descobertas
Dos valorosos marinheiros,
Qu’abriram tod’as portas
E rasgaram horizontes
De grandeza mundial,
Para bem da humanidade
E glória de Portugal.


José Amaral

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