sábado, 13 de fevereiro de 2016

Regionalizar, ou reequilibrar Portugal?


Há décadas que ouvimos continuadamente o chavão político do verbo ‘regionalizar’, para tudo ficar na mesma, não passando de diarreia política.
Se Portugal fosse uma barcaça já há muito que não navegava, uma vez que a sua estivação continua a ser muito mal feita, e nesse sentido de equilíbrio não sustentável, já há muito que se tinha afundado.
Vejamos alguns exemplos práticos para começar a existir um reequilíbrio do País, sem estar tudo em Lisboa. Assim, a Assembleia da República poderia estar sedeada em Lamego, uma vez que o Parlamento Europeu está em Estrasburgo e não em Paris! E o Tribunal Constitucional poderia ter a sua sede em Chaves, e assim sucessivamente.
Outros exemplos europeus: o BCE – Banco Central Europeu está em Frankfurt e não em Berlim; o Tribunal Internacional de Justiça não está em Amsterdão, mas sim em Haia.
E passando para a outra banda do Atlântico, a ONU – Organização das Nações Unidas, não está em Washington, mas sim em Nova Iorque. Então, qual é o porquê, em Portugal, de todos os centros de decisão serem sedeados em Lisboa?
O Povo Português não precisa de prestar vassalagem na Capital de um qualquer Reino Perdido, mas em um qualquer chão da sua Lusíada Pátria.

José Amaral

1 comentário:

  1. Era António Guterres primeiro-ministro e dizia, com frequência, que um chefe de Governo tinha poderes a mais, que seriam mais bem usados pelos eleitos locais, mais próximos dos problemas das populações. E caminhou para a regionalização. Acontecia ser líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa, que achava que o assunto merecia um referendo, esparrela em que Guterres caíu... E todos nos lembramos do estendal de disparates que então percorreu o país, como retalhar o território, criar novos tachos, etç.Lembro-me que o projecto em discussão previa oito regiões e acabava com os dezoito distritos, o que significava que, aproveitando as estruturas dos distritos, ainda sobravam dez, caindo por terra o argumento dos novos tachos. Mas o que mais me enojava, e eu regozijo-me de possuir um estômago robusto, foi ver Paulo Portas, a campanha toda, com Mário Soares ao colo, ele que odeia ferozmente o patriarca socialista, só porque este político se havia manifestado em tempos contra a regionalização. Depois de uma selvagem manipulação da ignorância quase geral, acabou por vencer o NÃO à reginalização... E continua a dar-me volta ao estômago ouvir muitos daqueles que alinharam naquela campanha sórdida lamentar a falta de regionalização!

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