A 3 DE MARÇO DE 1971, MORRE O ACTOR ANTÓNIO MARIA SILVA

Morre na madrugada do dia 3 de Março de 1971, em Lisboa, após prolongado sofrimento, o actor português António Maria da Silva. Era casado com a actriz Josefina Silva (1920). Teve a sua formação teatral em grupos amadores da capital, estreando-se profissionalmente onde iniciou a sua carreira artística em 1910, no palco no Teatro da Rua dos Condes, desempenhando um pequeno papel na peça em O Novo Cristo, de Tolstoi.~Contratado pela companhia Alves da Silva, aí participa em peças como O Conde de Monte Cristo ou O Rei Maldito.

Ao longo da sua vida, entrou em diversas peças de teatro ligeiro e de revista e participou em inúmeros filmes ainda hoje muito apreciados, dos quais especial destaque A Canção de Lisboa (1933); O Pátio das Cantigas (1942); O Costa do Castelo (1943) e O Leão da Estrela (1947). Foi um actor português, conhecido pelos filmes em que fez parte durante a era de ouro do cinema português. Com uma carreira de mais de 50 anos, interpretou papéis em mais de 40 produções cinematográficas. 

António Maria da Silva, nasceu em Lisboa no dia 15 de Agosto de 1886. Nascido no seio de uma família humilde, começou a trabalhar cedo, como marçano. Concluiu o Curso Geral do Comércio. Foi comandante de uma corporação de bombeiros.

Vai para o Brasil em 1913, onde permanece até 1921, em digressão com a companhia teatral de António de Sousa.

De volta a Portugal, trabalha vários anos consecutivos na Companhia de Teatro Santanella-Amarante, em peças de teatro ligeiro e de revista. Integra ainda as companhias de Lopo Lauer, António de Macedo, Comediantes de Lisboa e Vasco Morgado. É A Canção de Lisboa, de Cottinelli Telmo (1933), que o projecta no cinema e firma a sua popularidade e engenho como actor. Assegura personagens cómicas e dramáticas em mais de trintas películas Assegura personagens cómicas e dramáticas em mais de trinta películas; As Pupilas do Senhor Reitor (1935); O Pátio das Cantigas (1942); O Costa do Castelo (1943); Amor de Perdição (1943); A Menina da Rádio (1944); A Vizinha do Lado (1945); Camões (1946); O Leão da Estrela (1947); Fado (1948); O Grande Elias (1950): Aqui Há Fantasmas (1964), entre outros.

Foi distinguido, no dia 4 de Novembro de 1966, como Oficial da Ordem Militar de Sant’lago da Espada, uma das mais Antigas Ordens Militares que tem por fim distinguir o mérito literário, científico e artístico, pelo Presidenta da República Portuguesa.

Jaz no cemitério dos Prazeres, perto do jazigo da actriz Laura Alves. Os dois actores partilharam estrelato na fita O Leão da Estrela (1947).