segunda-feira, 7 de março de 2016

A DITADURA DA ECONOMIA

A economia já não é uma ciência. Converteu-se numa "tecnociência de aparelho", nas palavras de Manuel Reis. Agora é uma espécie de religião com os seus comentadores, com os seus fundamentalismos, que através dos mercados financeiros determina as decisões dos governos e a vida das pessoas. Com a ditadura das bolsas, das agências de rating e das estatísticas os cidadãos já não têm condições para fazerem escolhas livres e responsáveis. Aliás, os cidadãos, enquanto tais, já não existem; encontram-se reduzidos à mera condição de consumidores. O primado da economia está a destruir as relações de afecto, submetendo tudo às leis do lucro, do mais forte e do mais apto. O primado da economia casa perfeitamente com o capitalismo actual domesticando, controlando e escravizando os seres humanos enquanto os reduz ao estado de simples objectos de produção e de consumo. Hoje já não se vive, garante-se ou não a sobrevivência, ainda Reis. A aliança da economia com o capitalismo trouxe uma podridão nunca vista. Não são só os tubarões a explorar, os pequenos também se guerreiam entre si pelo emprego, pelo dinheiro, pela carreira. São macacos que trepam, como dizia Nietzsche. É a barbárie. As pessoas ainda convivem mas estão cheias de medo e muitas estão sós e deprimidas. O ser humano está ferido de morte. Só vendilhões, só economistas. Gente que só pensa em roubar e acumular riquezas. Que gentalha! São inimigos da vida. Da vida que só pode ser exuberante, livre, festiva. Não, não os aceitemos mais na Vida a esses pregadores da morte e da moeda. Urge a revolta.

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